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    Pesquisadores da Ufac alertam: forte terremoto vai sacudir Tarauacá e Feijó

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    É comum os moradores da região noroeste do Acre sentir a terra tremer em pequena densidade, muitas vezes imperceptível para quem está deitado ou dentro de automóveis.

    Mas, em um futuro não muito distante, a tendência é esses terremotos aumentarem, vindo a provocar enormes tragédias iguais ou até mais graves às que já ocorrem em algumas partes do mundo. Dificilmente a engenharia irá evitar.

    É o que prevê um estudo cientifico realizado pelos geógrafos Raimundo Antônio Figueiredo Barbosa, Walter Lima Santos e Francisco Inácio Castro do Nascimento, ambos da Universidade Federal do Acre, apresentado no Xll Simpósio Nacional de Geomorfologia, realizado no ano passado na cidade de Crato, no estado do Ceará.

    Eles fizeram um levantamento sobre o número de abalos sísmicos no Acre e a magnitude de cada um deles ao longo dos últimos 70 anos e descobriram que estão ficando mais freqüentes a cada década – e com mais potencia de destruição, segundo os indicadores da escala Hichter.

    O gráfico abaixo mostra a inclinação da linha de magnitude dos tremores de terra sentidos no Acre desde 1950 a 2017. Veja que a leitura computadorizada remete a uma verticalização que começa com 4.5 e termina com 8 graus de magnitude na escala Hichter.

    O estudo revelou, também, que com o passar do tempo os tremores de terra têm ficado mais freqüentes no Noroeste acreano e a tendência é aumentar ainda mais nas próximas duas décadas.

    Nos últimos dez anos foram registrados 40 tremores de terra na região. Três vezes mais do que o total de terremotos ocorridos nas quatro décadas anteriores.

    O próximo gráfico revela que o epicentro dos abalos sísmicos estão sincronizados em uma linha reta que cruza a região Noroeste acreana, desde a fronteira com o Peru, até as imediações dos limites territoriais com o estado do Amazonas.

    Justamente onde fica uma falha geológica que delimita, no subsolo, o vale do Juruá do vale do Purus, e que tem ligação direta com a placa tectônica de Nazca (enorme bloco da camada sólida externa da terra) que se move periodicamente provocando terremotos com destruição no Peru e em algumas regiões vizinhas.

    Bem acima dessa falha geológica acreana ficam as cidades de Tarauacá e Feijó, distante apenas 40 quilômetros uma da outra e que segundo os três pesquisadores da Universidade Federal do Acre, correm sério risco de serem chacoalhadas por grandes abalos sísmicos.

    Por ACJornal.