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    Setor aéreo prevê aumento no preço de passagens nos próximos dias

    Por CNN Brasil

    As passagens aéreas no Brasil devem ficar mais caras nos próximos dias, segundo previsão da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), representante das principais companhias do setor.

    De acordo com a entidade, o novo reajuste no preço do querosene de aviação (QAV), em vigor há uma semana, vai impactar a população diretamente no valor pago pelos voos. O QAV é usado por helicópteros e aeronaves de grande porte.

    Petrobras realiza correção no preço do combustível todo início de mês. Em julho, o reajuste foi de 3,9% em 15 refinarias do país. Em nota, a companhia disse que os valores de venda para as distribuidoras buscam equilíbrio com o mercado internacional.

    Além disso, a estatal ressaltou que acompanha as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, seja ela para cima ou para baixo. “As distribuidoras, por sua vez, transportam e comercializam o produto para as companhias aéreas e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores”, afirmou a petrolífera.

    O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, explica que qualquer mudança na precificação do QAV impacta diretamente no valor pago pelos passageiros para viajar.

    “O querosene não é comprado diretamente pelas pessoas, mas quem paga por esse aumento somos nós que compramos bilhete aéreo. No Brasil, o querosene corresponde, em média, a 40% do preço de uma passagem, enquanto a média mundial é de 20 a 24%”, ponderou.

    Sanovicz destaca que a conjuntura do QAV é mais delicada frente a outros tipos de combustíveis. “Vivemos um problema muito sério e bastante claro: o barril de petróleo subiu 48,4% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. O QAV, no ano passado, subiu 91,7%, quase o dobro do petróleo”, ressaltou.

    Segundo a Abear, de 1º de janeiro a 1º de julho deste ano o QAV acumula alta de 70,6%. O cálculo da associação usa dados da estatal. De acordo com a organização, esses são valores à vista, sem considerar os tributos.

    “É importante que haja uma política pública para reduzir o preço do combustível, que no Brasil chega a ser até 40% mais caro do que no exterior”, defende a associação.