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    Mike Pence diz que Trump ‘decidiu ser parte do problema’ durante a invasão ao Capitólio

    Por g1

    O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence afirmou que o ex-presidente Donald Trump “decidiu ser parte do problema” no dia da invasão ao Congresso americano, que suas palavras colocaram a sua vida e de sua família em risco e que a situação o deixou “furioso”.

    Pence comentou o episódio pela primeira vez em entrevista ao canal ABC News, que vai ao ar na noite desta segunda-feira (14). Nesta semana, ele lança um livro de memórias sobre seu período no cargo.

    No dia 6 de janeiro de 2021, milhares de simpatizantes de Trump invadiram o Capitólio, em uma tentativa impedir que o Legislativo certificasse a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020. Pence era considerado um “traidor” por aceitar a declaração de Biden como novo presidente.

    Na entrevista, ele foi perguntado sobre o post que Trump fez nas redes sociais enquanto acontecia o motim. O ex-presidente disse que Pence “não teve a coragem de fazer o que deveria ser feito”.

    Ao descrever o sentimento, Pence afirma: “Me deixou furioso. Mas disse para minha filha, que estava por perto: ‘Não é preciso coragem para infringir a lei. É preciso coragem para defender a lei.”“Quer dizer, as palavras do presidente foram inescrupulosas. Ficou claro que ele decidiu ser parte do problema”, disse Pence.

    “As palavras do presidente naquele dia no comício [antes do tumulto] colocaram em perigo a mim, minha família e a todos no prédio do Capitólio”, prosseguiu.

    Antes da invasão, Trump pediu aos seus apoiadores que “lutassem como o inferno” contra a suposta “fraude eleitoral maciça”. Em seguida, voltou para a Casa Branca, enquanto a multidão lançava o ataque.

    Mais de um ano depois, a comissão do Congresso americano responsável por investigar a invasão do Capitólio revelou que Trump tentou se juntar aos seus apoiadores que atacavam o Congresso. Trump pode ser processado e, se condenado, pode se tornar inelegível.

    Mais de 850 pessoas foram presas pelo ataque ao Congresso, que deixou 5 mortos e 140 policiais feridos.