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    Desnutrição: Lula chega a Roraima após declarar emergência em terras Yanomamis

    Por Mariana Costa Guilherme Goulart, Metrópoles

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e três ministros viajaram, neste sábado (21/1), para Roraima, onde vão tratar de questões relacionadas à desnutrição de crianças indígenas dos povos Yanomamis. O embarque estava previsto para as 7h, com chegada a Boa Vista, capital do estado, por volta das 9h30.

    Em portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), nesta sexta-feira (20/1), o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) em terras Yanomamis. Além de Lula, estão em Roraima o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; a ministra da Saúde, Nísia Trindade; e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

    A agenda do presidente prevê visita à Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami. Lula e Dino retornam a Brasília no fim da tarde.

    “Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã (hoje) viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami”, disse o presidente nas redes sociais.

    A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também se pronunciou sobre a situação que assola o estado integrante da Amazônia Legal e que abriga boa parte da população indígena brasileira.

    “É muito triste saber que indígenas, sobretudo 570 crianças Yanomami, morreram de fome durante o último governo. O Ministério dos Povos Indígenas tomará medidas urgentes em torno desta crise humanitária imposta contra nossos povos”, disse Guajajara.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roraima é o estado com a maior população indígena do país. Entre os 631 mil habitantes da unidade federativa, mais de 50 mil se declaram indígenas.

    Saúde dos Yanomamis

    Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Além de a atividade provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.

    A exploração do garimpo ilegal traz a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.

    Na última quarta-feira (18/1), uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Roraima para fazer um diagnóstico da situação. Em nota, a pasta informou que a expectativa é que, após o levantamento, sejam definidas “ações imediatas para superar a crise sanitária” pela qual passa a população local.