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    Mercado regulado de carbono pode movimentar R$ 128 bi em receitas no Brasil

    Por Fernando Alves, Brasil61.com

    O mercado regulado de carbono tem potencial para movimentar cerca de R$ 128 bilhões em receitas no Brasil, segundo estudo realizado pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Mundial. Além disso, a iniciativa mostra expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e redução do desemprego. O mercado de carbono é um sistema adotado por diversos países com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

    Devido à relevância ambiental e econômica do tema, a Confederação Nacional da Indústria  (CNI) vai apresentar ao governo federal, nesta terça-feira (20), uma proposta  para a implementação de um sistema regulado de comércio de emissões de carbono no Brasil. O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que o documento é uma estratégia para o sistema de comércio de emissões baseada em três componentes: Plano Nacional de Alocação; Programa de Monitoramento de Emissões de GEE; e Mercado Regulado de Emissões. 

    “O mercado de carbono precisa ser pensado de forma conjunta como uma estratégia para a redução de emissões. Ou seja, o Brasil hoje tem a sua meta de redução e o mercado de carbono vai compor toda essa estratégia. Junto com a redução do desmatamento ilegal, com a expansão de renováveis como solar, eólica e biomassa, o fortalecimento da Política Nacional de Biocombustíveis, o mercado de carbono vai compor essa estratégia”, pontua. 

    Davi Bomtempo destaca que a participação do setor industrial na discussão do tema é fundamental, já que a indústria será diretamente impactada com a regulação. Ele afirma que a proposta da CNI tem como objetivo chegar a uma legislação capaz de permitir conexão com o mercado internacional e segurança jurídica. 

    “É mais uma iniciativa que vai compor uma estratégia de redução de emissões. O que se procura estabelecer é um mercado de carbono que converse com o ambiente internacional, ou seja, que a gente tenha  uma conexão com mercados mais maduros e estabelecidos no contexto internacional, como México, União Europeia, Califórnia e Canadá, Coreia do Sul e até mercados menores, como a região metropolitana de Tóquio”, explica. 

    O documento será entregue ao governo federal no evento “Diálogo: Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade Industria”, nesta terça-feira, em Brasília.