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    Em meio a crise com Bolsonaro, governo Tarcísio vai à Justiça para subir em 8000% multa ao ex-presidente

    Por Caroline Stefani e Vinícius Segalla, do DCM

    O governo do Estado de São Paulo, do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), solicitou à Justiça que aumente em mais de 8000% o valor da multa aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter usado máscara durante a pandemia de Covid-19, durante eventos públicos em cidades paulistas.

    Há duas semanas, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE) recorreu à segunda instância estadual tentando reverter decisão judicial que definiu a multa pelas infrações sanitárias do ex-presidente em R$ 524,59. Para o governo de São Paulo, o valor a ser cobrado do ex-capitão deve ser cerca de 8321,36% vezes superior ao que foi estipulado em juízo, alcançando o valor de R$ 43.653, conforme se lê nos autos do processo público TJ-SP 1045601-81.2022.8.26.0053.

    O movimento judicial do governo Tarcísio contra Bolsonaro ocorreu dias antes do conflito entre o governador paulista e o ex-presidente da República na última quinta-feira (6), durante evento do PL em Brasília, quando os dois líderes expuseram em público rusgas internas da Direita e do bolsonarismo, que se dividem entre os que apoiam e os que rejeitam a reforma tributária proposta ao Congresso pelo governo federal.

    Durante reunião partidária, Tarcísio defendeu a aprovação do projeto proposto pelo governo Lula, postura que assumiu após ter tratado sobre o tema com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Bolsonaro, por sua vez, tem se manifestado contra a proposta.

    A defesa da aprovação da reforma colocou Tarcísio na mira dos extremistas da Direita, incluindo parte da bancada do PL no Congresso Nacional. O desentendimento ficou explícito após o governador ser hostilizado durante a reunião da legenda na última quinta, que contou com a presença dos parlamentares do partido e na qual o ex-presidente chegou a interromper a fala do seu ex-ministro e a insuflar seus correligionários contra o mandatário paulista.