PGR e Polícia Federal cumprem mandados contra oficiais da corporação; comandante-geral Klepter Rosa está entre alvos. Segundo investigação, PM foi omissa por ter alinhamento ideológico com golpistas; corporação diz Corregedoria acompanha caso.
A cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, alvo de uma operação na manhã desta sexta-feira (18), tinha plena consciência da magnitude e da gravidade dos atos que estavam sendo planejados para o dia 8 de janeiro. As informações são da Procuradoria-Geral da República, que conduz a investigação junto à Polícia Federal.
De acordo com a PGR, os procuradores têm indícios de que a PM infiltrou agentes de inteligência entre os manifestantes para obter informações. Ainda segundo a Procuradoria-Geral, a cúpula da corporação deixou de agir para impedir o vandalismo contra as sedes dos três poderes da República em razão do alinhamento ideológico com os manifestantes golpistas.
Os documentos e as trocas de mensagens obtidas pela PGR contrariam a versão apresentada pelos integrantes da cúpula da PM do DF, de que o sistema de inteligência do DF falhou ao não avisar a corporação sobre o risco de invasão dos prédios dos Três Poderes. A PM diz que a Corregedoria acompanha o caso. O g1 tenta contato com a defesa dos investigados.
Operação Incúria
A Operação Incúria é resultado da denúncia que o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR ofereceu nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao longo de sete meses de investigação, a PGR descobriu que os PMs começaram a trocar mensagens com teor golpista e a difundir informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado. Entre os alvos da ação, está comandante-geral da corporação, Klepter Rosa.
Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.