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    Amiga de famosos e pai assassinado: quem é a “Gatinha da Cracolândia”

    Por Felipe Resk, Metrópoles

    São Paulo – Condenada a 5 anos por tráfico de drogas, Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como “Gatinha da Cracolândia”, de 21 anos, cumpre pena em prisão domiciliar, em Barueri, na Grande São Paulo, onde mora com a família.

    Com a obrigação legal de respeitar uma série de restrições, a “Gatinha da Cracolândia” se tornou o pivô de uma nova investigação ao visitar o seu namorado, que está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Osasco, no dia 21 de janeiro.

    O caso da visita é investigado pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). O procedimento apura se Lorraine poderia ter entrado na cadeia, uma vez que ela mesma ainda está cumprindo pena.

    Metrópoles entrou em contato com a defesa de Lorraine, que não retornou até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.

    Tráfico de drogas

    Lorraine recebeu a alcunha de “Gatinha da Cracolândia” ao ser presa em flagrante, em junho de 2021, na Rua Helvétia, na região da Cracolândia, com 4,9 gramas de cocaína e 9,9 gramas de maconha, além de 10 pedras de crack.

    Na época da prisão, Lorraine já tinha uma filha de oito meses, era influenciadora digital, tinha contrato com agência de modelos, estava matriculada no curso de direito e não apresentava antecedentes criminais.

    Por causa do flagrante, ela foi condenada em abril de 2022 por tráfico de entorpecentes. Na ocasião, o magistrado determinou sua prisão domiciliar até o trânsito em julgado.

    Em maio de 2023, a “Gatinha da Cracolândia” também recebeu aval da Justiça paulista para sair de casa para trabalhar, de segunda a sábado, das 8h às 17h. O emprego é de recepcionista no consultório do irmão, que é dentista, e tem salário de R$ 1,8 mil.

    Na mesma decisão, o juiz da Vara das Execuções Criminais, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), também determinou que Lorraine deve “recolher-se em seu domicílio enquanto não estiver no trabalho ou em trânsito”.

    Família estruturada

    A defesa de Lorraine argumentou, no processo por tráfico, que ela “sempre esteve inserida em família estruturada de classe média”. O pai era empresário do ramo da construção civil. A mãe, pedagoga. O irmão mais velho é formado em odontologia.

    A defesa afirma que Lorraine, antes de ser presa, fazia parte de um “círculo bom de amizades”. Entre os amigos, segundo registrou nos autos, estavam a apresentadora Maísa e a atriz Larissa Manoela.

    Também são citados pela advogada: Tomaz Costa, Yudi, Belle Longwell, David Kenaip, Lucas Lousa, Aisha e Mc Ryan, filho de Simony, com quem Lorraine namorou.

    “A ré teve acesso a melhor educação, em escola particular. Igualmente teve acesso a atividades extracurriculares como, aulas de inglês, dança, vôlei, natação e teatro. Sempre acompanhada de perto por seus pais”, escreveu a advogada Patrícia Carvalho, na defesa prévia.

    Órfã por violência

    O ponto de virada na vida da jovem teria sido o assassinato do pai, vítima de um tiro na cabeça durante um assalto em 2014. O latrocínio aconteceu em Barueri.

    “Somados o abalo emocional pela falta do pai e o início da adolescência, a ré por volta dos seus 15 anos de idade passa a ter comportamento de instabilidade emocional. Resultando em problemas de aprendizagem na escola e nos seus relacionamentos com familiares.”

    Lorraine teria feito tratamentos para “forte ansiedade” e depressão depois de virar órfã. Em 2019, ela também teria se desentendido com uma melhor amiga, pediu para mudar de escola e passou a usar drogas.

    “Entretanto, somente após a prisão de Lorraine, é que a família passa a ter conhecimento dos fatos narrados na denúncia e que a ré estaria frequentando a região da Cracolândia,” diz a defesa dela.