O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse nesta quarta-feira (21) que a Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal em 2021, contra a cúpula do governo Gladson Cameli, terá desdobramentos na Justiça. O parlamentar acredita que o caso não ficará na impunidade.
“Eu não tenho dúvida nenhuma. Vai dar! Àqueles que acham que vai haver impunidade estão redondamente enganados. O nível e volume de provas são tão gritantes, não há possibilidade alguma de jogar tudo isso para debaixo do tapete. Olha que são forças muito poderosas do ponto de vista econômico, já se cercou escritórios de advocacias em Brasília, com grandes influências, e até hoje não obtiveram sucesso. Acho que o primeiro julgamento vai ser a marca do futuro da Ptolomeu. Se não for dia 22, vai ser logo na frente”, disse Edvaldo Magalhães.
Ainda de acordo com o deputado comunista “haverá decisões muito duras”, mas que serão necessárias para o Estado vencer essa fase e avançar. “As coisas que estão ali não dar para desconhecer. Acredito que haverá decisões muito duras e acredito muito que Acre precisa passar por essa fase. Eu sou desses que acho que essa página precisa ser virada. A Ptolomeu precisa ter um desfecho e eu torço para que o desfecho seja rápido”, afirmou ao defender o direito à ampla defesa.
Edvaldo disse ainda que a Operação Ptolomeu não pode ser comparada à Operação G7, deflagrada no governo de Tião Viana. Ele afirmou que a dimensão da Ptolomeu é muito maior e envolve agentes públicos do primeiro escalão, inclusive o governador Gladson Cameli. “Não tinha participação do governo no G7. A Ptolomeu é uma participação direta dos agentes públicos. É porque as pessoas esquecem. Vamos pensar aqui. Quantos secretários foram afastados pela Justiça? Se você pegar, dá um Diário Oficial só os afastados”, pontuou.
Em outro ponto da entrevista ao Bar do Vaz, apresentado pelo jornalista Roberto Vaz, Edvaldo Magalhães disse que se pudesse aconselhar Gladson Cameli, pediria a ele que cancelasse o contrato com a Medtrauma, “enquanto é tempo” e contrataria uma nova empresa emergencialmente.
“Eu, primeiro, pedia para ele cancelar o contrato da Medtrauma, enquanto há tempo. Aí o que vai fazer? Faz um emergencial com outra empresa para não deixar as pessoas sem o serviço. Estanca essa sangria. Se ele escutasse esse conselho, a gente poderia conversar sobre outros” e acrescentou: “o problema é outro. Se cancelar esse contrato, acho que muita gente deixa de ganhar dinheiro”.