Um pedido para uma Comissão Geral na Câmara dos Deputados, protocolado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), já alcançou mais de 400 assinaturas graças ao apoio dos líderes partidários de três blocos parlamentares. O chamamento é para uma discussão em Plenário sobre os supostos crimes sexuais contra crianças ocorridos em Marajó (PA).
O caso voltou a ganhar as redes sociais depois que a música “Evangelho de Fariseus”, da cantora evangélica Aymée, viralizou durante o fim de semana. A artista canta e faz uma denúncia sobre supostos crimes sexuais ocorridos na ilha.
Um dos vídeos que seriam de possíveis crimes na cidade mostra diversas crianças que seriam traficadas em um carro. O vídeo, na verdade, foi gravado no Uzbequistão e está fora do contexto.
ONGs que atuam na região também questionam o interesse de congressistas com a região. O Observatório do Marajó e a Cojovem (Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável) negam haver crimes dessa magnitude.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chegou a ser alvo de uma ação civil pública no Ministério Público Federal por declarações falsas em um culto evangélico em Goiânia (GO), justamente sobre os supostos crimes em Marajó.
Mesmo assim, a iniciativa de Zé Trovão já tem 400 assinaturas dos partidos União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade, PRD, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PL.
Zé Trovão fez um apelo para as bandeiras partidárias serem abaixadas por ora e que Executivo e Legislativo “pensem nas crianças e adolescentes que estão sendo vítimas de exploração sexual”. “Não é hora de embates políticos, mas, sim, de unir forças para ajudar nessa questão humanitária”.
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) dizem já ter 93 assinaturas para apresentar o requerimento de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os supostos crimes. Para que o pedido avance, são necessárias 171 assinaturas.
Os crimes, no entanto, já foram investigados na CPI da Pedofilia, em 2008, e a CPI de Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes, entre 2012 e 2014.