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    Se Jesus viesse hoje, abraçaria minorias e contestaria religiosos que exploram fiéis, diz padre Massimo

    Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

    A Sexta-feira Santa, conhecida como Sexta-feira da Paixão de Cristo, é uma das datas mais importantes no calendário católico. É a data que é relembrada a crucificação de Jesus Cristo. No Acre, a data também é celebrada de forma reflexiva, com celebração da liturgia da paixão e procissão do Cristo Morto, que percorre diversas ruas da capital acreana.

    Ao ContilNet, o padre Massimo Lombardi explicou sobre a data e o verdadeiro significado para a igreja católica. “Antes de tudo, a Páscoa de Jesus. Quando falamos de páscoa, falamos da passagem de Jesus, da morte para a vida. A gente acompanha Jesus na sua paixão, no seu sofrimento, na sua fidelidade, na sua doação de sua vida por todos nós, até o ponto de dar sua vida na cruz, derramando o seu sangue. A gente acompanha Jesus no testemunho do seu amor e quando falamos de amor, aprendendo com o Evangelho, é dar a própria vida para a pessoa que você ama”, disse o padre.

    O pároco também relembrou que a Semana Santa traz o significado de amor. “O exemplo que Jesus nos dá do que se entende por amor, não é aquele amorzinho que falam nas músicas, aquilo é conversa. O amor que nós aprendemos, inclusive na Semana Santa, é o amor fiel, até o fim, a ponto de dar a própria vida aos outros”, explicou.

    “Seria perseguido”

    O padre Massimo também falou sobre como Jesus Cristo seria visto nos dias atuais. “Com a democracia, você pode anunciar e falar o que quiser, mas realmente os profetas são sempre perseguidos. Eu imagino que se Jesus estivesse aqui hoje, pregando seu evangelho, ele iria contestar muita gente e provocar muitas classes, muitas categorias de pessoas. Ele certamente iria questionar o mercado, a exploração, a desigualdade e a opressão dos pequenos. Iria falar da igualdade, fraternidade, acúmulo de dinheiro nas mãos de poucos, falaria bastante da natureza, além do massacre das minorias, como indígenas, negros, pessoas LGBT, que são oprimidas e excluídas”, disse o religioso.

    O pároco também lembrou que naquela época, Jesus abraçava as minorias e pessoas que ninguém queria se aproximar. “A opção de Jesus era para os mais humildes, necessitados e excluídos. Jesus também contestou o templo de Jerusalém, que era um mercado. Então ele também contestaria líderes religiosos comprometidos com o dinheiro, gananciosos, que exploram os fieis, enganando em nome da religião”, ressaltou.