“Por muitas vezes eu apanhava de cinto. Por várias vezes ele também me fazia contar as cintadas. Uma vez ele me bateu na frente do meu filho, me deu um tapa no rosto. Na época dos fatos, eu era delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher. Isso me fez pensar muito. Antes, eu tinha vergonha. Como isso foi acontecer comigo?”.
Os episódios que Juliana Domingues relata aconteceram entre 2021 e 2022, quando ela chefiava a Delegacia de Atendimento à Mulher de Volta Redonda, no interior do estado do Rio de Janeiro. O autor das agressões era o marido dela na época, o tenente-coronel da Polícia Militar Carlos Eduardo da Costa. Ele atualmente é coordenador de segurança do Tribunal Regional Federal do Rio.
“Ele falava pra mim, por várias vezes, que ele me agrediu: ‘Eu bato na delegada da DEAM. E o que você vai fazer?'”, relata.
As agressões físicas e psicológicas, segundo ela, começaram já na lua de mel. Logo veio o ciúme excessivo.
“Principalmente quando eu tirava plantão, eu tinha que ficar com a localização em tempo real ligada. Porque ele dizia que eu não estava trabalhando, que eu estava na rua aprontando, e eu trabalhando. Eu tinha que falar pra ele todos os meus passos”.