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    O que morreu em você?

    Por Letícia Damasco

    O ano de 2025 começou a pouco e normalmente são feitos planos para o novo ciclo. Promessas, metas, resoluções, caminhos, escolhas… Muito se pensa sobre o que queremos alcançar e talvez não tanto sobre o que de importante deixamos para trás.

    Existem coisas dentro de nós que nos são caras e dão vida, estrutura e segurança para nos movimentarmos; aquilo que nos dá (e coloca no) eixo. Apesar da extrema importância, é algo que muitas vezes se perde. Não falo de coisas cotidianas, mas de algo mais profundo que pode ter ficado esquecido – e até morto – para que pudéssemos estar adequados dentro da sociedade, da família.

    Assim como nossa respiração que é constante e necessária, mas não conseguimos tocar, te pergunto o que foi de essencial que você perdeu pelo caminho da vida? O que você deixou de si mesmo para trás para poder caminhar? Tal qual a respiração, aquilo que é da nossa essência, a fineza do ser, pode ser facilmente perdida se não tivermos a constância em pratica-las. Dentro de nós podem existir respirações que foram sufocadas pela vida, sentimentos enterrados, parte de nós mesmos que foram mortos para que pudéssemos viver.

    Faço aqui um convite a você que lê o texto e consegue encontrar sentido nessas palavras, que consiga lembrar do que está esquecido e precisa ser resgatado; que consiga perceber que tem algo importante faltando dentro de si. Existe a possibilidade de resgatar o que se perdeu, aproveitando esse começo de ano para buscar o seu eixo, seu caminho, seu sonho, sua essência, seu amor próprio, sua força vital. E eu, que escrevo, agora tenho o dever de buscar o mesmo. Que possamos fazer desse novo ano, um ano para reviver e nos reencontrarmos.

    Letícia Damasceno é psicóloga . 📷 arquivo pessoal

    *Letícia  Damasco é  Psicóloga,  faz mestrado  em Artes Cênicas  pela Ufac  e é  servidora pública  do Ifac.