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    Trégua entre PCC e CV foi “falha de comunicação”, aponta relatório

    Por Mirelle Pinheiro, Metrópoles

    Um levantamento exclusivo obtido pela coluna apontou que a recente trégua entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) foi precipitada por uma falha de comunicação codificada entre os líderes das organizações e seus advogados. O incidente envolveu diretamente Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, um dos líderes do CV.

    Fontes próximas às investigações indicam que, durante as tentativas de negociação para cessar a rivalidade histórica entre as facções, mensagens codificadas foram trocadas entre os líderes detidos em presídios federais e seus representantes legais.

    Devido a uma interpretação equivocada de uma dessas mensagens, informações cruciais foram distorcidas, levando a uma compreensão errônea das intenções de ambas as partes.

    Esse mal-entendido gerou uma série de ações que culminaram na declaração de trégua entre o PCC e o CV, mesmo antes que todos os detalhes da negociação fossem plenamente discutidos e acordados pelos líderes das facções.

    A investigação destaca que os advogados, responsáveis por transmitir as mensagens entre os líderes encarcerados, desempenharam um papel crucial nesse desencontro comunicacional. A utilização de códigos complexos e a necessidade de discrição extrema contribuíram para a confusão que acelerou a formalização da trégua.

    A trégua tinha como objetivos principais:
    • Fortalecer a presença das facções nos presídios federais: unindo forças para pressionar por condições mais favoráveis, como a retomada de visitas íntimas e a flexibilização das restrições impostas pelo sistema penitenciário federal.
    • Coordenar operações no tráfico de drogas: compartilhando rotas e recursos para expandir o alcance e a eficiência das atividades criminosas.