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    Vereadores Ismael Kaxinawá, Abraão Kaxinawá, vice-prefeito Cleiber Sales e lideranças Hunikuî criam comissão para orientar indígenas para não deixar cartão bancário nas mãos dos “patrões” e fazer procuração sem orientação das lideranças

    Por Leandro Matthaus

    A falta de agências bancárias no município de Jordão tem causado enormes transtornos à população local, especialmente, os mais vulneráveis, como é o caso dos moradores indígenas e ribeirinhos.

    A maioria da população é beneficiária do Bolsa Família e outros recebem benefícios previdenciários do Governo Federal. E quando precisam resolver um problema no banco precisam emitir uma procuração para alguém em Tarauacá. O que tem causado problemas financeiros, em algumas situações, aparecem empréstimos não autorizado pelo dono da conta.

    Outra situação é que a maioria dos indígenas vivem às margens do Rio Jordão, na área rural. E realizam suas compras na cidade, às vezes, compram fiado. E os patrões como garantia do pagamento retém o cartão do Bolsa Família ou da aposentadoria.

    Para evitar essas situações, os vereadores Ismael Kaxinawá ( Tene), Abraão Kaxinawá ( Txai Shane), o vice-prefeito Cleiber Sales ( Bane), o secretário dos povos indígenas Cleudon Sales ( Txana Tuin), junto com o advogado Heliton Siã , o assessor da Funai Elias , o chefe de gabinete do vice-prefeito Leandro, se reuniram e criaram uma comissão para orientar ao povo Hunikuî a não emitir mais procurações a terceiros sem consultar essas lideranças, além de evitar deixar seus cartões na mãos dos patrões.

    O objetivo é evitar mais transtornos aos povos indígenas e fazendo com que cada família se responsabilize pelo seu cartão.

    Sendo que nos últimos meses, não apenas indígenas, mas diversos ribeirinhos, muitos dos quais analfabetos funcional, emitiram procuração para determinada pessoa sanar demandas bancárias em Tarauacá, cidade vizinha, e depois receberam seus vencimentos com descontos, sem contar os empréstimos que surgiram posteriormente.