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    Huni Kuĩ do Jordão denunciam invasão de território para retirada de madeira

    Por Fábio Pontes, d'O Varadouro

    Segundo relato das lideranças, os limites da Terra Indígena Kaxinawa do Seringal Independência são invadidos para o roubo de madeira. Durante ação de monitoramento, várias toras foram encontradas derrubadas e serradas. A invasão por caçadores e pescadores também gera impactos. Para agravar, comércio de drogas nas aldeias deixa as comunidades em alerta.

    As lideranças do povo Huni Kuĩ do município de Jordão denunciam, desde o começo do mês, a invasão de áreas da Terra Indigena Kaxinawa do Seringal Independência para a extração madeireira. Segundo elas, o crime estaria sendo cometido por pessoas que exercem a atividade madeireira na cidade. A denúncia foi reforçada essa semana pelo sertanista Antônio Macedo, o Txai Macedo. Ele tem recebido conteúdos em áudio e vídeo das lideranças Huni Kuĩ do Jordão com relatos da problemática.

    Num dos vídeos, os Huni Kuĩ fazem a denúncia da extração de madeira bem de frente para uma árvore recentemente cortada, restando apenas a sua base e as raízes. “Nós sempre cultivamos nossa relação de amizade com a vizinhança, então é importante, mais uma vez”, cada um reconhecer o limite disso para que possamos respeitar os limites da fronteira do território indígena”, afirma o cacique Yawa Bane.

    O flagrante aconteceu durante uma ação de monitoramento dos limites da terra indígena. Nas imagens é possível ver árvores já cortadas e serradas dentro da mata fechada.

    Além da extração criminosa de madeira, os Huni Kuĩ do Jordão ainda relatam a invasão de suas terras por caçadores e pescadores não-indígenas. A prática reduz a oferta de alimento, o que coloca em risco a segurança alimentar das aldeias. Jordão é um dos municípios com a maior população indígena do Acre. Eles se dividem entre as comunidades nas terras demarcadas e nos bairros da cidade, como o Kaxinawa.

    Por meio da organização que lidera, a Fundação Txai, o sertanista Antônio Macedo afirma ter acionado as instituições de Estado para que possam agir, e, assim, acabar com o problema das invasões nos territórios Huni Kuĩ.

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