Barrett Brasfield, um bebê nascido prematuro nos Estados Unidos em junho de 2024, surpreendeu médicos e familiares ao nascer e sobreviver com apenas 450 g. Ele finalmente recebeu alta nessa segunda (14/7) após passar mais de 400 dias na UTI neonatal.
A trajetória de luta de Barrett começou no nascimento. O parto aconteceu por meio de uma cesariana de emergência, quando a mãe, Carli, estava com apenas 26 semanas de gestação. O pequeno enfrentou severos problemas pulmonares e infecções, permanecendo oito meses na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do UAB Hospital, seguido de mais quatro meses na UTIN do Children’s of Alabama.
Em abril de 2025, Barrett precisou de uma traqueostomia e passou a depender de ventilador pulmonar e sonda para se alimentar. Mesmo assim, sua recuperação emocional e neurológica nas últimas semanas foi surpreendente: “Ele ri, brinca, rola, senta e come… é tão cheio de alegria que você nem imagina que esteve 400 dias no hospital”, contou sua mãe em entrevista ao site Cleveland 19.
O que é traqueostomia?
A traqueostomia envolve a criação de uma abertura na traqueia, geralmente após uma incisão no pescoço, seguido do auxílio de uma cânula (tubo) para manter a via aérea aberta e facilitar a respiração.
- Obstrução das vias aéreas: quando há bloqueio do fluxo de ar pelas vias aéreas superiores, seja por inflamação, tumores ou outras causas.
- Ventilação mecânica prolongada: é feito em pacientes que precisam de suporte ventilatório estendido.
- Cirurgias na região da cabeça e pescoço: em procedimentos extensos nessas regiões, a traqueostomia pode ser necessária durante e após a cirurgia para garantir a respiração do paciente.
- Acúmulo de secreções: em casos difíceis de eliminar secreções pulmonares, a traqueostomia pode facilitar a respiração e a higiene brônquica.
O pai, Roman, se emocionou ao descrever o momento tão esperado. “Será incrível atravessar na porta de casa com ele pela primeira vez”, disse. O casal já preparava o quarto de bebê há meses, antecipando o retorno que finalmente foi possível após sucessivos adiamentos — inicialmente previsto para o outono de 2024, depois adiado para o Natal.
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Entre as conquistas mais marcantes, um instante emocionante: pela primeira vez, os pais ouviram Barrett chorar. Isso só foi possível graças a um dispositivo chamado válvula Passy‑Muir, utilizado em pacientes traqueostomizados que permite a passagem de ar pelas cordas vocais.
Agora, com cerca de 8 kg aos 13 meses de idade, Barrett seguirá para casa com suporte médico — ventilador, traqueostomia e sonda — mas com a perspectiva de se desvincular dos dispositivos após novas cirurgias.
A história de Barrett lembra à comunidade médica e às famílias da força e a resiliência dos bebês prematuros extremos e destaca o poder transformador da esperança em meio a desafios que pareciam quase impossíveis.
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