O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, divulgou na noite deste domingo (13/7) uma carta pública sobre as tarifas comerciais impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para ele, as alegações utilizadas pelo republicano são fundadas numa “compreensão imprecisa dos fatos” ocorridos no Brasil, nos últimos anos.
Esta é a primeira manifestação do STF a respeito do anúncio feito por Trump, que culpa a Corte de perseguir, judicialmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um processo que ele chama de “caça às bruxas”.
“Em 9 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos. Cabia ao Executivo e, particularmente, à Diplomacia – não ao Judiciário – conduzir as respostas políticas imediatas, ainda no calor dos acontecimentos. Passada a reação inicial, considero de meu dever, como chefe do Poder Judiciário, proceder à reconstituição serena dos fatos relevantes da história recente do Brasil e, sobretudo, da atuação do Supremo Tribunal Federal”, inicia a carta de Barroso.
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O texto do ministro do STF rechaça a distorção da realidade brasileira e acusa setores internacionais de promoverem narrativas nesse sentido. “As diferentes visões de mundo fazem parte da democracia, mas não dão a ninguém o direito de torcer a verdade ou negar fatos concretos que todos viram e viveram”, escreve o ministro.
Barroso reforça que a democracia brasileira abriga conservadores, liberais e progressistas, mas exige “valores, boa-fé e busca sincera pela verdade”.
Em atualização.