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    “Bullying” de Trump contra Brasil “sai pela culatra”, diz jornal

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    Um artigo do jornal norte-americano The Washington Post, escrito pela coluna de Ishaan Tharoor, nesta segunda-feira (21/7), alegou que a intimidação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil está “saindo pela culatra”, fazendo referência à tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros.

    Segundo o jornal, Trump “ameaça romper os laços com o segundo país mais populoso do hemisfério em apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro”.

    Relembre

    • Trump usou sua rede Truth Social para sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que o ex-líder brasileiro é vítima de “caça às bruxas” pelo STF.
    • No começo do mês de julho, usando como argumento a situação de Bolsonaro, Trump impôs tarifa de 50% ao Brasil.
    • O líder norte-americano alegou que o Brasil não está “sendo bom” para os EUA. Trump tem ameaçado o mundo com a imposição de tarifas comerciais, desde o início do mandato, e tem dado atenção especial ao grupo do Brics e ao Brasil.
    • A Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e no escritório dele, ambos em Brasília (DF).
    • Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica. O ex-presidente também não poderá usar redes sociais, comunicar-se com embaixadores e diplomatas estrangeiros, nem pode se aproximar de embaixadas.

    O artigo alega que as ameaças tarifárias de Trump levaram outros países da região a se curvarem diante de Washington. Porém, “a economia brasileira é maior e mais diversificada do que a de seus vizinhos, e seu líder percebeu uma oportunidade na crise”.

    A coluna também cita o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ele “parece inabalável”.

    De acordo com eles, a disputa diplomática entre “os EUA e o Brasil não está caminhando para uma rápida distensão, à medida que ambas as nações se aprofundam”.

    Diplomatas americanos demonstram menos certeza quanto aos méritos do caso, segundo a coluna. Fontes diplomáticas criticaram as medidas de Trump, afirmando que é difícil imaginar uma ação mais prejudicial à credibilidade dos EUA na “promoção da democracia do que sancionar um juiz da Suprema Corte” de outro país apenas por discordar de suas decisões judiciais.

    “Para Lula, cujos aliados de esquerda enfrentam uma eleição difícil em 2026, o momento é uma bênção. Pesquisas mostram um apoio renovado ao seu governo diante da intimidação americana provocada por Bolsonaro”, conta a coluna.

    Ainda segundo Ishaan Tharoor, “o que era para ser uma demonstração de força do MAGA e sua franquia brasileira se transformou em um presente político para Lula”.