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    Como funcionam os sistemas de alerta para os tsunamis?

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    O forte terremoto que atingiu a costa leste da Rússia nesta quarta-feira (30/7) e gerou alertas de tsunami em diversos países do Pacífico chamou atenção para o funcionamento dos sistemas que detectam e avisam sobre a chegada de ondas gigantes.

    São sensores, boias e sismógrafos espalhados pelos oceanos para captar alterações bruscas na movimentação do solo e no nível do mar. Quando um terremoto submarino com potencial de gerar tsunami é identificado, alertas são enviados a autoridades e comunidades que possam estar na rota das ondas.

    Entenda terremoto na Rússia

    • Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu, na madrugada de quarta-feira (30/7), a costa leste da Rússia, próximo ao município Petropavlovsk-Kamchatskiy, com cerca de 165 mil habitantes, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
    • O abalo, considerado um dos mais fortes das últimas décadas na região, provocou tsunami no país e no Japão. Também houve a emissão de alertas de ondas gigantes para outros países, como Estados Unidos e Filipinas.
    • Tremores em áreas rasas costumam ter maior potencial de causar ondas, o que levou autoridades a emitirem alertas para a Rússia e o Japão antes da ocorrência do fenômeno, de fato.

    O que provoca um tsunami?

    A maioria dos tsunamis tem origem em terremotos de grande magnitude que ocorrem no fundo do mar. O movimento abrupto entre placas tectônicas (blocos imensos de rocha que compõem a crosta terrestre) pode deslocar uma enorme quantidade de água, criando ondas que se propagam por vastas áreas do oceano.

    Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), para que um tremor gere um tsunami, é preciso que ele ocorra no leito marinho, seja suficientemente forte e provoque um deslocamento vertical significativo do solo. O movimento dá origem à primeira onda, que se espalha em diversas direções.

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    Onda cresce ao se aproximar da costa

    No mar aberto, essas ondas podem ter poucos centímetros de altura e passar despercebidas. No entanto, à medida que se aproximam do litoral, onde a profundidade diminui, elas desaceleram e crescem rapidamente. Isso ocorre porque a energia da onda é comprimida em uma área menor.

    “Essas variações de altura e velocidade das ondas dependem de fatores como a profundidade do oceano, o relevo submarino e o formato da costa”, explicou o professor de geografia Antônio Marcos Vieira, do Colégio Católica Brasília, em entrevista anterior ao Metrópoles.

    Ao atingir áreas habitadas, os tsunamis podem causar inundações, destruição de estruturas, arrastar veículos e barcos, e colocar em risco a vida de pessoas que vivem próximas ao mar.

    De acordo com o especialista, o tempo entre a detecção do tremor e a chegada das ondas é um fator determinante para evitar tragédias. Por isso, os sistemas de alerta precisam ser rápidos e eficazes.

    “O sistema sozinho não resolve. É preciso que a população saiba como agir diante de uma emergência”, ressaltou o professor.

    Além dos sensores e instrumentos tecnológicos, a preparação das comunidades costeiras faz parte do protocolo. Treinamentos, rotas de evacuação e campanhas de conscientização são estratégias fundamentais para garantir uma resposta rápida.

    Oceano Pacífico concentra a maior parte dos tsunamis

    Embora ondas gigantes possam se formar em qualquer oceano, cerca de 78% dos tsunamis ocorrem no Pacífico. Isso se deve à localização do chamado Círculo de Fogo, região com intensa atividade sísmica e vulcânica, onde várias placas tectônicas se encontram.

    “A área é caracterizada pelo encontro de várias placas tectônicas, o que aumenta significativamente a possibilidade de deslocamentos submarinos e, consequentemente, de tsunamis”, explicou Vieira.

    Regiões como o Atlântico, o Mediterrâneo e o Caribe também podem registrar tsunamis, mas em frequência e intensidade bem menores.

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