Conhecida por seu uso em academias, a creatina vem chamando a atenção pelo seu potencial terapêutico na terceira idade. Pesquisas recentes indicam que a suplementação da substância pode beneficiar idosos ao preservar massa muscular, melhorar a função cognitiva e até reduzir o risco de quedas — uma das principais causas de internação nessa faixa etária.
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A creatina é um composto naturalmente produzido pelo corpo e também encontrado em alimentos como carne vermelha e peixes. Sua função principal é fornecer energia rápida para as células, especialmente durante atividades de alta demanda, como movimentos musculares intensos.
Com o avanço da idade, há uma queda natural nos níveis de creatina e na capacidade de síntese do organismo. Isso contribui para a sarcopenia — perda de massa e força muscular —, que compromete a mobilidade, a independência e a qualidade de vida.
Estudos demonstram que a suplementação de creatina, aliada a exercícios de resistência, pode melhorar significativamente a força muscular em idosos, inclusive nos mais frágeis.
Além dos efeitos físicos, pesquisas iniciais sugerem que a creatina também pode ter impactos positivos sobre a memória e o raciocínio, embora os resultados ainda sejam considerados preliminares.
A suplementação, no entanto, deve ser feita com orientação profissional. Apesar de ser considerada segura, a creatina não é indicada para todos. Pacientes com problemas renais, por exemplo, precisam de uma avaliação mais criteriosa.
Com o envelhecimento da população brasileira, a creatina pode ganhar espaço como aliada da longevidade — mostrando que ela vai além da mera hipertrofia muscular.
(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida