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    FMI prevê alta de 2,3% do PIB em 2025 e inflação na meta só em 2027

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    O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou suas projeções sobre o desempenho da economia brasileira neste e nos próximos anos, em relatório divulgado nessa quinta-feira (17/7).

    De acordo com o órgão, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve avançar 2,3% em 2025, percentual próximo às estimativas do Ministério da Fazenda.

    Segundo a equipe econômica do governo, o PIB nacional deve fechar este ano com alta de 2,5%. O mercado financeiro, por sua vez, espera que a economia do país tenha expansão de 2,23%.

    Ainda de acordo com o FMI, o Brasil cresceu fortemente nos últimos três anos e agora começa a apresentar sinais de moderação.

    Inflação

    O FMI também traçou projeções para a inflação no Brasil. Segundo o relatório do fundo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve ficar em 5,2% no fim do ano.

    De acordo com o FMI, a inflação brasileira deve convergir para a meta de 3% apenas em 2027.

    O que diz o FMI

    Em seu relatório, o FMI afirma que o balanço de riscos para o crescimento da economia brasileira está apontando para baixo, principalmente por causa do aumento das incertezas globais.

    “Os riscos de baixa decorrem externamente de uma desaceleração nas principais economias em meio a tensões comerciais globais crescentes e incerteza política e, internamente, dos efeitos maiores do que o esperado do aperto da política monetária e da possibilidade de um esforço fiscal menor do que o previsto”, diz o FMI.

    Os analistas do fundo destacam, ainda, o papel do Banco Central (BC) para o controle da inflação no país, com uma retomada “apropriada e consistente” do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) no ano passado.

    Atualmente, os juros estão em 15% ao ano. A elevação da Selic é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.

    “Os diretores também observaram que a contínua credibilidade dos quadros de política fiscal e monetária será importante para ancorar as expectativas de inflação”, diz o relatório.

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    Questão fiscal

    O FMI também elogiou “os esforços das autoridades” na questão fiscal e recomendou “novos passos para colocar a dívida pública em uma trajetória firmemente descendente, facilitar um caminho para taxas de juros mais baixas e abrir espaço para investimentos prioritários”.

    O relatório também destaca medidas tomadas em prol da “racionalização de gastos tributários ineficientes” e elogia a aprovação da reforma tributária sobre o consumo. Segundo o FMI, é necessário avançar na reforma do Imposto de Renda (IR) “para melhorar a progressividade do sistema tributário e a mobilização de receitas domésticas””.

    “Um quadro fiscal aprimorado com um forte âncora de médio prazo reforçaria a credibilidade e a sustentabilidade”, diz o FMI.

    Sistema financeiro “resiliente”

    Ainda no relatório divulgado pelo FMI, o órgão ressalta que o sistema financeiro do Brasil segue “resiliente”, com bancos “adequadamente capitalizados”.

    “Embora elogiem a implementação pelas autoridades de mudanças regulatórias destinadas a fortalecer ainda mais a resiliência do setor financeiro, os diretores incentivaram o monitoramento e a supervisão dos riscos de crédito ao consumidor, incluindo o programa de empréstimo consignado recentemente aprimorado”, diz o documento.