Nicolas Puech, maior acionista individual da Hermès, viveu uma verdadeira briga pública nos últimos anos. Ele atribuía a Éric Freymond, seu ex- gestor de patrimônio, a culpa do suposto sumiço de sua fortuna de cerca de 14,5 bilhões de euros (cerca de R$ 94 bilhões). Há poucos dias, o antigo administrador da fortuna do magnata morreu, aos 67 anos, levando Puech a questionar o caso mais uma vez nesta semana.
Com 82 anos, o herdeiro é apontado como o membro mais distante da família fundadora da Hermès, da qual ele integra a quinta geração. Vem saber mais!
Bisneto do fundador da Hermès, Nicolas Puech é, atualmente, o maior acionista individual da grife francesa, mas alega que o ex-gestor do patrimônio, que morreu recentemente, sumiu com sua fortuna
Relembre o caso do herdeiro da Hermès
A insatisfação pública de Puech com Freymond veio à tona em 2023, quando ele chamou atenção ao anunciar que deixaria sua fortuna bilionária para um jardineiro de 51 anos.
Na época, ele afirmou estar arruinado devido a supostos esquemas financeiros de Éric Freymond que teriam levado ao sumiço do valor, equivalente a 6 milhões de ações, e 5,76% do valor de mercado da Hermès. A relação profissional da dupla durou de 1998 a outubro de 2022.
Ele entrou com queixas na Suíça e na França, mas a Justiça suíça chegou à conclusão de que não houve fraude por parte de Freymond, com acusações consideradas “vagas e infundadas”, enquanto a imprensa internacional apontou inconsistências nas denúncias.
Nicolas Puech faz parte da quinta geração da família fundadora da Hermès
Novo desdobramento
Nesta segunda-feira (28/7), representando Nicolas Puech, o advogado do herdeiro questionou novamente o suposto desaparecimento das ações. E, “apesar das disputas públicas e legais”, prestou solidariedade à família e lamentou a morte do ex-parceiro de negócios, de quem diz ter sido amigo e confidente por 25 anos.
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No entanto, ressaltou a insatisfação com o caso. “Infelizmente, nosso relacionamento se rompeu após eventos extremamente graves relacionados às minhas 6 milhões de ações na Hermès International, cujo valor total ainda precisa ser totalmente esclarecido”, comunicou.
Peças antigas da Hermès
O outro lado
Dois advogados de Freymond informaram à agência de notícias AFP que o ex-gestor financeiro, “um homem de rara sensibilidade”, estava abalado pela “traição” e a “violência da suspeita” relacionadas ao caso nos últimos anos. Procuradas pela imprensa internacional, as autoridades não informaram a causa da morte do ex-gestor financeiro, mencionando “proteção à privacidade”.
Éric Freymond, ex-gestor de patrimônio de Nicolas Puech, herdeiro da Hermès. Ele morreu neste mês, aos 67 anos
Relevância da Hermès
Puech é bisneto de Thierry Hermès, que fundou a maison em 1837. Há 11 anos, o herdeiro havia se desligado do conselho de administração da marca, ranqueada como a mais valiosa do segmento de luxo em 2025, com US$ 283 bilhões na bolsa de valores, à frente do conglomerado LVMH.
A etiqueta, ícone da exclusividade e do artesanato na indústria da moda, é conhecida pela grande demanda e a baixa oferta de produtos. Os maiores exemplos são as bolsas Birkin e Kelly, que figuram entre as mais cobiçadas do mundo. A lista de espera para adquirir um novo exemplar pode levar anos.
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Bolsa Kelly, da Hermès
Edward Berthelot/Getty Images2 de 5
Fones da Hermès inspirados na bolsa Kelly
Hermès/Divulgação3 de 5
Bolsa Birkin, da Hermès
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A bolsa, inspirada na atriz Jane Birkin, tem uma baixa produção e alta demanda
Jeremy Moeller/Getty Images5 de 5
Aqui, a musa inspiradora posa com as filhas Charlotte Gainsbourg e Lou Doillon
Pascal Le Segretain/Getty Images