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    Nova nota fiscal: o que muda e o que as empresas precisam saber

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    O novo modelo de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) já está em fase de testes e será obrigatório a partir de janeiro de 2026. A mudança no layout marca uma etapa importante da reforma tributária, que vai substituir gradualmente tributos federais, estaduais e municipais. Para as empresas, o momento é de planejamento e adequação ao novo sistema, alertam especialistas.

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    Com a adoção de um sistema padronizado, a nova nota fiscal terá um layout único para todo o país. Hoje, cada estado opera seu próprio sistema de autorização de notas fiscais, o que dificulta a integração de dados e aumenta a complexidade das obrigações fiscais para os empreendimentos.

    A padronização valerá tanto para a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) quanto para a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e), e alcança empresas, prestadores de serviços e comércio varejista. O novo modelo já incorpora os tributos criados pela reforma: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). Já o consumidor terá acesso ao valor exato dos tributos pagos em cada compra.
    A transição será gradual.

    A partir de outubro, empresas poderão usar o novo sistema em ambiente de produção. O modelo atual segue válido até o fim de 2025. De acordo com a Nota Técnica da Receita Federal, durante esse período, o uso do novo layout será opcional — uma oportunidade para as empresas testarem e ajustarem os sistemas internos.

    Para o consultor tributário Celso Eder de Araújo, autor do livro Regime Tributário Não é Loteria – É Escolha Estratégica, o período de transição é fundamental para que as empresas se adaptem com segurança. “A nova nota fiscal trará impactos significativos para empresas e contadores. Será necessário investir em tecnologia, atualizar sistemas e realizar testes no ambiente disponibilizado pela Receita. Então, é essencial aproveitar esse período de transição para preparação e aprendizagem”, afirmou.

    A partir de janeiro de 2026, a adoção do novo modelo será obrigatória. As empresas que não estiverem adequadas às novas regras e seguirem emitindo no formato anterior poderão ter suas notas fiscais rejeitadas, o que pode comprometer o registro de vendas, causar prejuízos e afetar o faturamento.

    Segundo Araújo, as mudanças da Reforma Tributária exigem atualização de sistemas, capacitação das equipes internas e revisão das estratégias fiscais. “Essas medidas visam garantir maior transparência e devem facilitar a rotina dos negócios no longo prazo, mas exigem atenção redobrada das empresas, que devem garantir que seus colaboradores estejam preparados para operar os novos sistemas. Buscar consultorias especializadas, revisar processos de compliance e realizar testes são algumas das ações que ajudam a reduzir riscos no início da obrigatoriedade”, reforçou.