O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a afirmar, nesta segunda-feira (14/7), que Jair Bolsonaro (PL) deveria ser candidato em 2026 e que a população é quem “deve definir” a situação do ex-presidente. Nunes teve o apoio de Bolsonaro para a sua reeleição no ano passado — o vice-prefeito Mello Araújo (PL) foi indicado pelo ex-presidente.
“É uma opinião pessoal minha, não é porque ele me apoiou, porque o partido dele, o PL, está na minha base. É pelo o que eu sinto como democrata. É de que ele deveria disputar a eleição. E a população definir. Me parece que tirar alguém do cenário eleitoral, onde a população vai ter o seu exercício pleno da democracia, que é a escolha, não é o melhor caminho”, afirmou o prefeito em entrevista à Globonews.
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O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito de SP, Ricardo Nunes
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Ricardo Nunes, Baleia Rossi e Tarcísio de Freitas levam salgados e bolo para jornalistas na porta do Palácio dos Bandeirantes
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Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Ricardo Nunes e Coronel Mello Araújo após almoço na Prefeitura de São Paulo
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Tarcísio, Nunes, Bolsonaro e bolsonaristas jantando em SP
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Milton Leite, presidente da Câmara de SP, Tarcísio, Nunes e Kassab, secretário de Governo
Mônica Andrade/Governo do Estado de SP6 de 10
Tarcísio e Nunes recebendo uma bênção
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Nunes, sua mulher, a primeira-dama do Estado e Tarcísio, juntos no The Town
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Nunes e Tarcísio
Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP9 de 10
O governador Tarcísio e o prefeito Ricardo Nunes
Mônica Andrade/Governo do Estado de SP10 de 10
O prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas
Fernando Nascimento/Governo de São Paulo
Bolsonaro está inelegível até 2030 após uma condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação, devido a uma reunião em que o então presidente fez com embaixadores estrangeiros colocando em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas.
Ricardo Nunes disse, ainda, que uma eventual anistia a Bolsonaro e a discussão sobre o tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros são “coisas diferentes”. Trump citou o processo da trama golpista, no qual o ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), como uma das razões para a decisão de taxar os produtos brasileiros em 50%.
“Não podem se misturar”
- Para Nunes, “a questão das tarifas não é uma coisa que o chefe de Estado define de forma unilateral”.
- “As coisas não podem se misturar até porque não tem nem como se misturar. Existe toda uma conjuntura de ações que as instituições brasileiras negociam com as instituições americanas. Existe a questão das relações diplomáticas”, afirmou o prefeito.
- O emedebista afirmou que é contra “qualquer tipo de tarifa” e citou o caso do México, que também foi taxado pelos EUA, como um exemplo de que a situação precisa ser negociada pelo governo brasileiro.
- “Pode ser o Trump, a União Europeia, quem for colocar alguma taxa sobre os produtos brasileiros, em especial os de São Paulo, a gente vai ser obviamente contra. E não tem como misturar uma questão com a outra em hipótese alguma. Os interesses do Estado de São Paulo têm que ser defendidos pelo governador, os interesses do país pelo presidente e do município pelo prefeito”, afirmou.
As declarações de Nunes ocorrem após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é seu aliado, modular o discurso em relação às tarifas de Trump e passar a pregar união com o governo federal para uma solução à crise.
Antes, Tarcísio culpou a diplomacia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela medida de Trump, ignorando fato de o próprio presidente americano ter mencionado o processo judicial de Bolsonaro como uma das razões do tarifaço.
A ausência de crítica à medida, que tem São Paulo como um dos estados mais afetados, gerou uma série de críticas de opositores ao governador.
Bolsonaristas mais radicais, liderados pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), tem defendido que a anistia ao ex-presidente e seus aliados, além de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, devem ser colocadas como condições para que Trump desista das tarifas contra o Brasil.