Tratar o pet como se fosse uma criança não é apenas um comportamento comum entre tutores apaixonados. Segundo a psicanalista Jaqueline Bastos, essa relação aciona áreas do cérebro ligadas ao cuidado parental e ao afeto, como o sistema límbico, o córtex pré-frontal e o núcleo accumbens — as mesmas ativadas quando um adulto cuida de um filho, por exemplo.
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“Essa conexão emocional desencadeia a liberação de ocitocina, o hormônio do vínculo, gerando sensações intensas de acolhimento e felicidade”, explica a especialista.
O comportamento, de acordo com Bastos, está frequentemente ligado à necessidade de carinho e companhia, especialmente entre pessoas que não têm filhos, que passaram por perdas ou que vivem em contextos de solidão emocional. “Os animais acabam representando uma fonte de amor incondicional e despertam nossos instintos protetores”, afirma.
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Relação equilibrada
Na maior parte das situações, essa relação traz benefícios: o tutor sente-se emocionalmente preenchido, enquanto o pet recebe atenção e cuidados. O problema surge quando há exagero. “A partir do momento em que se ignora a natureza do animal, exigindo dele comportamentos humanos, limitando seus estímulos naturais ou até isolando-o de outros animais, podem surgir estresse, ansiedade e até problemas físicos”, alerta a psicanalista.
Para os humanos, o risco está em desenvolver uma dependência emocional excessiva, tratando o pet como substituto de vínculos sociais. “O animal pode se tornar o único foco afetivo, o que empobrece as experiências emocionais e pode dificultar a convivência com outras pessoas”, conclui Bastos.