O partido ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá deixou o governo e a coalizão do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu nesta segunda-feira (14/7). A decisão de deixar a base do governo é parte de uma luta contínua contra o recrutamento de estudantes da yeshivá, instituição judaica tradicional de ensino, focada no estudo de obras rabínicas.
A ala Degel Hatorah do partido foi a primeira a anunciar sua retirada, após o porta-voz do líder espiritual Dov Lando, afirmar que “de acordo com as instruções do rabino, os membros do Knesset Degel Hatorah deixarão o governo e a coalizão hoje”.
Sob o argumento de que o governo tenta “aumentar as dificuldades da vida dos estudantes da Torá” e de que “não cumpri suas obrigações de regulamentar o status legal dos queridos estudantes da yeshivá”, Lando declarou que “a participação no governo e na coalizão deveria ser imediatamente encerrada, incluindo a renúncia imediata de todos os cargos”. Ambos são membros do Conselho de Sábios da Torá.
Leia também
-
Hamas acusa Netanyahu de dificultar negociações: “Criminoso de guerra”
-
Netanyahu quer reféns que estão com Hamas libertados “vivos ou mortos”
-
Após cessar-fogo, Netanyahu diz que “não haverá Hamas” em Gaza
-
Tribunal de Israel adia julgamento por corrupção contra Netanyahu
Em uma declaração subsequente, a delegação da ala Knesset acusou o governo de Netanyahu de ter “violado repetidamente seus compromissos de cuidar do status dos estudantes da yeshivá” e anunciou que todos os seus membros “renunciam a coalizão e ao governo”.
Meir Porush, Ministro de Assuntos de Jerusalém, explicou que a decisão de renunciar foi tomada após a análise de um novo projeto de lei de recrutamento Haredi na segunda-feira, que ele disse não “satisfazer as demandas” do partido e de seus líderes espirituais.
Entre os que renunciaram a saída da UTJ estão o presidente do Comitê de Finanças do Knesset, Moshe Gafni, o vice-ministro dos Transportes, Uri Maklev, e o ministro de Assuntos de Jerusalém, Meir Porush.
As renúncias levarão 48 horas para entrar em vigor, dando tempo a Netanyahu para tentar convencê-los a mudar de ideia.