Presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo será convocado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara para uma audiência pública sobre o ataque hacker à empresa C&M Software. A ação desviou pelo menos R$ 541 milhões de seis instituições financeiras, levantando dúvidas sobre a segurança do sistema financeiro do país.
O requerimento para a realização da audiência, de autoria do deputado Felipe Barros, presidente da comissão, foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira (9/7). Em seus argumentos, Barros alegou que o ataque representa um risco à soberania nacional.
“A gente votou a tal da independência do Banco Central, que até hoje eu confesso que não sei se foi bom ou se foi ruim. E agora eles querem independência financeira também. Então, eu acho que o Galípolo tem que vir a esta comissão explicar para todos nós, sob o aspecto da soberania nacional brasileira, o que o Banco Central tem feito para impedir casos de hackeamento como esse”, disse o deputado.
O requerimento aponta os principais questionamentos a serem respondidos por Galípolo, entre eles: quais medidas foram adotadas pela instituição para conter os efeitos do ataque e garantir a continuidade operacional do sistema, e se há indícios de que o ataque teria sido conduzido a partir de um país estrangeiro. Uma pessoa foi presa pela Polícia Civil de São Paulo suspeita de participar na ação.
Barros também pretende questionar o presidente do BC sobre os “mecanismos de articulação institucional entre o Banco Central, o Ministério da Defesa, a ABIN e o GSI para respostas conjuntas a ameaças cibernéticas de natureza sistêmica”.
Outros requerimentos
Na mesma votação, outros dois requerimentos apresentados por Felipe Barros foram aprovados. As matérias solicitam informações da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a suposta participação do presidente da CVM, João Pedro Barroso do Nascimento, “em decisões colegiadas que envolveram diretamente o banco BTG Pactual — instituição na qual seu irmão ocupa posição de liderança no núcleo de produtos de investimento”.