O Brasil deu início à produção nacional de canetas injetáveis à base de liraglutida, substância usada no tratamento do diabetes tipo 2 e também aprovada para controle de peso. A fabricação local promete aumentar a oferta e reduzir o custo do medicamento, atualmente comercializado sob nomes como Saxenda e Victoza.
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Apesar do avanço na disponibilidade, o uso da liraglutida exige acompanhamento médico e mudanças na rotina alimentar. Isso porque a substância atua simulando o hormônio GLP-1, que retarda o esvaziamento do estômago e promove saciedade — o que naturalmente reduz a ingestão calórica.
A redução do apetite pode levar muitos pacientes a comerem menos, mas de forma desequilibrada. Quando não há um planejamento alimentar adequado, há risco de deficiência de nutrientes, perda de massa muscular e até distúrbios digestivos.
Entre os efeitos colaterais mais comuns da liraglutida estão náuseas, refluxo, constipação e sensação de estômago cheio — sintomas que podem ser agravados por refeições pesadas ou pouco nutritivas.
Alimentação: o que priorizar durante o uso da liraglutida
- Comer em pequenas porções, várias vezes ao dia, respeitando a saciedade;
- Dar preferência a alimentos leves, como legumes cozidos, frutas, carnes magras e grãos integrais;
- Evitar gorduras em excesso, bebidas alcoólicas e ultraprocessados, que aumentam o risco de desconfortos gastrointestinais;
- Manter-se bem hidratado, mesmo com a redução da sensação de sede.
A liraglutida já é usada no Brasil há mais de uma década, porém, seu uso para emagrecimento ganhou popularidade nos últimos anos. Ainda assim, a medicação não é um atalho para perda de peso rápida, e deve ser acompanhada de reeducação alimentar, prática de atividades físicas e acompanhamento profissional.
Não é só aplicar a caneta e esperar o milagre acontecer. Sem uma reeducação alimentar e acompanhamento multiprofissional, o risco de efeito rebote tem grandes chances de acontecer.
Produzir no Brasil é um avanço importante, no entanto, o uso consciente continua sendo o principal pilar para que os resultados sejam saudáveis e sustentáveis.
(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida