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    CEO da Quaest: tarifaço “intoxicou” a oposição e desgastou Tarcísio

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    Ao analisar a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (21/8), o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, apontou que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros desgastou a imagem dos principais nomes da oposição.

    O levantamento indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os cenários de primeiro e segundo turno na corrida presidencial de 2026 e que voltou a abrir vantagem em relação aos principais nomes da oposição, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

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    Segundo o CEO da Quaest, pela primeira vez, Tarcísio aparece como o nome mais forte da oposição em um eventual segundo turno contra Lula. Neste cenário, Lula tem 43% das intenções de voto, e o governador de São Paulo, 35%.

    “Mesmo sendo o nome mais competitivo da direita, Tarcísio também sofreu desgaste pela associação a Bolsonaro no tarifaço. A vantagem de Lula sobre ele subiu de 4 para 8 pontos entre julho e agosto”, afirmou Nunes.

    Em maio, Lula tinha apenas um ponto de vantagem em relação ao adversário.

    Contra Jair Bolsonaro, que está inelegível por abuso de poder político, a vantagem dobrou entre julho e agosto, e passou de 6 para 12 pontos percentuais (47% a 35%). “Esse resultado reforça o mal desempenho de Bolsonaro diante do tarifaço”, avalia o CEO.

    Contra Michelle, Lula abriu seis pontos de vantagem em relação a julho e aparece com 47%, contra 34% da ex-primeira-dama.

    Na avaliação do CEO, outros políticos da oposição ficaram “intoxicados” pelo tarifaço, como o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que “tem sido mais discreto em relação ao tema”. Em um eventual segundo turno, Lula tem 44% das intenções de voto, e Ratinho, 34%.

    Nos demais cenários, o petista venceria os governadores Eduardo Leite (PSD), por 46% a 30%; Romeu Zema (Novo), por 46% a 32%; Ronaldo Caiado (União Brasil), por 47% a 31%; e o senador Flávio Bolsonaro (PL), por 48% a 32%.

    Outra mudança expressiva nas estatísticas da Quaest é o cenário de segundo turno entre Lula e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Em julho, Lula tinha 10 pontos de diferença do adversário, e agora desponta com 15 pontos.

    “Toda a ação de Eduardo nos EUA não tem lhe rendido frutos eleitorais até aqui”, analisou Nunes.

    Rejeição às candidaturas

    Apesar da liderança, 58% dos eleitores dizem que Lula não deveria disputar a reeleição em 2026. Esse índice é majoritário em quase todos os estados pesquisados, à exceção da Bahia e de Pernambuco.

    Já em relação ao ex-mandatário Jair Bolsonaro, a resistência é ainda maior: 65% dos entrevistados acreditam que ele deveria desistir da disputa e apoiar outro nome da direita.

    A pesquisa também evidencia que 47% dos brasileiros têm mais receio da volta de Bolsonaro ao poder do que da reeleição de Lula (39%).

    O levantamento também revela um alto grau de incerteza. Na pesquisa espontânea, dois em cada três eleitores (66%) ainda não sabem em quem votar.

    Dados

    A pesquisa foi realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025, com 12.150 entrevistas presenciais em oito estados que concentram 66% do eleitorado nacional (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco).