Viralizaram nas redes sociais imagens do chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, que chegou ao local do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, usando um moleton com a inscrição CCCP, o acrônimo em russo para a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS, em português).
Os presidentes se encontram na tarde desta sexta-feira (15/8), em uma base militar no Alasca.
Clima de guerra fria
- Lavrov tem sido a voz de resposta a recentes ameaças feitas por Trump de novas sanções à Rússia. Ele, inclusive, concedeu entrevistas à imprensa na porta do hotel com o moletom — embora vestisse também um colete por cima, que tampou parte do acrônimo.
- A União Soviética (URSS) foi o estado formado a partir da Revolução Russa de 1917 e que abrangia 15 repúblicas formadas por todo o território russo mais atuais países do leste europeu. A URSS colapsou em 1991, marcando também o fim da Guerra Fria, quando EUA e Rússia disputaram influência pelo mundo.
- Mas não foi só o moletom do chanceler russo que fez o encontro entre Trump e Putin despertar memórias do conflito: coincidência ou não, a reunião foi marcada em uma base no Alasca que, no passado, foi usada pelos EUA para espionagem das atividades da URSS
- A reunião entre Trump e Putin vai acontecer em uma base militar no Alasca que foi crucial para os norte-americanos conterem a União Soviética durante a Guerra Fria — e que desempenha um papel até hoje.
Encontro de líderes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe Putin nesta sexta-feira (15/8) em Anchorage, no Alasca, para uma cúpula que busca discutir possíveis caminhos para encerrar a guerra na Ucrânia. O encontro, que ocorre sem a presença de autoridades ucranianas.
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Trump anunciou o encontro que chamou de “cara a cara” com Putin no fim da última semana, reacendendo a chances de um diálogo firme sobre o fim do conflito que já perdura há três anos no leste europeu.
O líder do Kremlin, entretanto, chega à reunião com o que considera sua primeira vitória: reconhecimento de que as tentativas ocidentais de isolá-lo fracassaram.
Além disso, a escolha do Alasca favorece Moscou: é um território próximo à Rússia, distante do campo de batalha e carregado de simbolismo histórico, já que foi vendido aos EUA no século 19.
Putin resiste às exigências
Putin quer resultados concretos. Ele insiste em manter sob controle russo todas as áreas ocupadas nas regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, exigindo a retirada das forças de Kiev.
A Ucrânia considera essas demandas inaceitáveis e acusa Moscou de preparar novas ofensivas.
Na terça-feira (12/8), o ucraniano Volodymyr Zelensky, foi enfático e afirmou que não reconhecerá qualquer decisão tomada sem a participação de seu país, reforçando que “é impossível falar sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”.
Trump, por sua vez, busca capitalizar politicamente a imagem de mediador global.
Desde seu retorno à Casa Branca, alterna críticas e elogios tanto a Putin quanto a Zelensky.
Apesar de ter suspendido temporariamente o apoio militar à Ucrânia e estabelecido prazos para sanções contra Moscou, recuou em diversas ocasiões.
Nesta semana, reduziu as expectativas, descrevendo a reunião como um “encontro de sondagem” , dizendo que poderá decidir “em dois minutos” se há chance de acordo.