O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) compareceu à convenção que formaliza a federação União Progressista, nesta terça-feira (19/8), em Brasília. O aceno ao Centrão ocorre em meio a um flerte do ex-candidato com o Centrão, para uma eventual candidatura ao Senado.
Ao chegar ao evento, Ciro afirmou que está num momento de “consultar as bases” sobre o futuro político. Questionado se a presença na convenção seria uma sinalização de filiação ao União Brasil, o ex-governador explicou que se trata de um “ato de cortesia muito comum antes de o país ser tomado pelo ‘lulopetismo’ e pelo bolsonarismo”.
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Nos bastidores do União, porém, há expectativa de filiação de Ciro. Ele é cotado para disputar o Senado, numa chapa com o deputado federal Danilo Forte. Serão duas vagas em disputa no próximo ano. Apesar disso, o ex-governador despistou, alegando que não pensa mais em concorrer a cargos eletivos.
A fala foi minimizada pelos partidários do União. Eles creem que Ciro pode alavancar o partido no Ceará, mas também fortalecer o projeto nacional da federação com o PP. As cúpulas dos dois partidos buscam uma candidatura de direita para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, ao mesmo tempo que tentam encontrar um candidato que não carregue o sobrenome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Acreditam, nesse sentido, que Ciro Gomes poderá ajudá-los. O ex-governador é um nome conhecido nacionalmente, visto que disputou as duas últimas eleições para a Presidência. Na avaliação do União e do PP, ele poderia ser usado como uma espécie de “amuleto” para espantar eventuais pechas de que o projeto da sigla é bolsonarista ou lulista.
Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional no primeiro governo Lula. Depois, rompeu com o PT na gestão da presidente Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, teve embates com Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022, quando tentou levantar uma ideia de terceira via semelhante à que União e PP tentam organizar para 2026.