Uma variação de coleira muito presente nos lares com pets são as de pescoço. Apesar de serem populares, acessíveis e de fácil manuseio, elas podem trazer malefícios aos cachorros na hora dos passeios — especialmente quando o cão é mais “independente” e costuma resistir aos puxões da guia.
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Os riscos para a saúde dos cães ao usar coleiras de pescoço podem variar. Segundo o veterinário João Paulo Lacerda, esse tipo de guia causa uma pressão local no pescoço do animal de estimação de forma repetitiva, podendo causar não apenas lesões na traqueia, como também na laringe e até na coluna cervical. “Estudos conduzidos por médicos veterinários especializados em comportamento animal apontam essa possibilidade”, afirma.
O especialista adverte, ainda, que coleiras de pescoço podem aumentar o risco de pressão intraocular nos cães, o que pode gravar doenças como o glaucoma. Nos pets mais sensíveis, esse tipo de guia pode provocar tosses, engasgos e problemas respiratórios. Do ponto de vista comportamental, o desconforto da pressão no pescoço é capaz de gerar estresse, ansiedade e associações negativas em relação aos passeios.
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E quais tipos de coleira deixam o cães confortáveis?
O ideal seria adaptar a coleira conforme o temperamento do cachorro. Lacerda salienta que as coleiras de pescoço podem ser prejudiciais quando usadas em cães que “forçam” puxadas ou em raças mais sensíveis.
As alternativas sugeridas pelo profissional são:
- Peitoral em H ou Y: esses dois tipos de coleira distribuem a força pelo peito e tronco, o que evita a pressão no pescoço do animal;
- Peitoral antipuxão: auxilia no adestramento de cães que costumam puxar demais a guia durante os passeios, “além de fazer esse trabalho sem causar dor”, adiciona o professor do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê);
- Guias com amortecimento: o modelo reduz o impacto de movimentos bruscos.
Optar por uma guia confortável é uma maneira de promover bem-estar do seu pet. Além de facilitar o manejo durante os passeios, elas contribuem para um adestramento eficaz do pet de estimação. “Isso evita lesões físicas e faz seu pet associar os passeios a experiências positivas”, reforça o especialista.
Há ressalvas?
Para o médico veterinário Thiago Borba, o ideal seria que o tutor treinasse o cão para que ele use as coleiras comuns. Ele acredita que coleiras de pescoço podem ser opções melhores que as guias de peitorais. O especialista alerta que é importante considerar o tamanho do cachorro em questão. “E em casos de problemas na traqueia, optar pelo uso de peitorais”, diz.
Borba explica que a coleira de peitoral pode fazer com que o cão acabe fazendo um esforço maior para puxar mais durante os passeios. Esse formato de guia não necessariamente impõe um controle específico no pet, e isso pode fazer com que o cão acabe liderando mais os passeios — o que, para o veterinário, não é o ideal.