O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu a postagens do governo dos Estados Unidos com ameaças ao colega Alexandre de Moraes e “aliados”. Após o governo Trump avisar que “monitora de perto” atos de Moraes, Dino respondeu que “não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer”.
Dino e o governo brasileiro estão reagindo após o governo Trump subir o tom das ameaças contra o ministro Alexandre de Moraes, que foi sancionado pelo país norte-americano com a Lei Magnitsky sob a acusação de censurar cidadãos, inclusive americanos, e de supostamente estar perseguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A reação
O texto foi repostado com tradução em português pela Embaixada dos EUA no Brasil e as autoridades brasileiras estão manifestando seu incômodo.
“Lembro que, à luz do DIREITO INTERNACIONAL, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer”, escreveu Flávio Dino em postagem nas redes sociais nesta sexta.
Ainda de acordo com Dino, “respeito à soberania nacional, moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na Diplomacia. Espero que volte a imperar o diálogo e as relações amistosas entre Nações historicamente parceiras nos planos comercial, cultural e institucional. É o melhor para todos”.
Itamaraty expressou “pura indignação”
O governo federal também está reagindo. Nesta sexta, o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, foi convocado pela terceira vez ao Itamaraty desde a escalada da crise para ser cobrado por explicações. Como os EUA não indicaram embaixador para o Brasil, Escobar é a autoridade mais alta na representação diplomática.
O americano foi recebido pelo embaixador Flávio Goldman, secretário interno de Europa e América do Norte, que lhe disse que o Brasil recebe a postagem com “pura indignação”.