Considerado o maior fraudador de bancos nos estados do Pará e de Goiás, além do Distrito Federal, Eliaquens de Sousa dos Santos, 40 anos, conhecido como “Patrão do Crime” foi condenado a seis anos e nove meses de prisão, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), por lavagem de dinheiro. Ele já tinha sido sentenciado outras 55 vezes pelo mesmo delito.
A condenação ocorreu por ele ter ocultado “a propriedade de imóveis, adquirido com valores provenientes de infração penal, bem como, para ocultar e dissimular tais valores ilícitos, procederam a aquisição/conversão no mencionado imóvel”.
De acordo com a sentença publicada nessa segunda-feira (18/8), Eliaquens morava com a companheira em uma das unidades e ambos chegaram a ser presos no local. O imóvel estava registrado em nome de um dos integrantes da organização criminosa do “Patrão do Crime”, mas ficou comprovado que, na verdade, ele era o verdadeiro dono.
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“Está devidamente comprovado que a posse do bem, um dos poderes inerentes a propriedade, era efetivamente exercida por Eliaquens e sua companheira, tanto que foram presos no interior do imóvel e ocultavam até mesmo essa condição, conforme se apurou na ficha do cadastro de moradores”, ressaltou a decisão.
Ainda de acordo com a sentença, “toda a circunstância objetiva mostra que realmente foi um ato de ocultação/dissimulação de capitais”, pois o “testa de ferro” de Eliaquens não tinha condição financeira para aquisição do apartamento.
Veja imagens imagens da operação que prendeu Eliaquens, em 2023:
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Operação foi coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
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Golpista teria gerado prejuízo de, aproximadamente, R$ 300 milhões
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Ele atuava no Distrito Federal e em outras unidades da Federação
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Polícia cumpriu mandados no DF, em Goiás, no Espírito Santo e no Pará
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Equipes cumpriram nove mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão
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Quem é o “Patrão do Crime”?
O rastro de prejuízos deixados pela organização criminosa liderada por Eliaquens, mais conhecido como “Patrãozinho” ou “PTZ”, chega a R$ 300 milhões na última década. Ele estava preso desde 2023, quando foi alvo de uma operação da Polícia Civil (PCDF).
As engrenagens criminosas, movimentadas pelo esquema fraudulento, rendiam muitos dividendos ao chefão. Apenas no DF, ele seria dono de, pelo menos, oito imóveis em vários pontos da capital, sempre em nome de laranjas. O mesmo ocorria com veículos de luxo. Nenhum patrimônio é registrado em nome da Eliaquens.
O “Patrãozinho” também tinha predileção por determinados negócios, quando o assunto era lavar o dinheiro amealhado com os golpes. Geralmente, os montantes desviados das instituições bancárias costumavam ser despejados em empresas de revenda de gás, lojas multimarcas de veículos e em lava jatos.
Divisão da grana
A coluna apurou que a organização criminosa tinha o costume de dividir o dinheiro dos golpes da seguinte forma: 50% era rateado entre os integrantes do bando e a outra metade recheava os bolsos do programador contratado para fazer a invasão hacker.
As investigações apuraram que a organização era especializada em crimes de estelionato relacionados a fraudes bancárias, principalmente por meio da invasão de contas, com uso de links falsos ou induzindo à instalação de programas para subtração de valores de pessoas físicas e jurídicas, além de prefeituras.