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    Líder do PDT do Senado desiste de participar da CPMI do INSS

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    A bancada do PDT do Senado abriu mão de participar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar desvios ilegais em apodentadorias do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O partido se vê no centro do escândalo a respeito dos descontos indevidos realizados por entidades sindicais — esquema revelado pelo Metrópoles —, uma vez que o Ministério da Previdência era comandado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, e segue sob domínio da sigla.

    Nomes de confiança de Lupi ocupavam cargos de alto escalão no INSS e foram alvos da operação da Polícia Federal deflagrada no fim de abril, inclindo o então presidente do órgão, Alessandro Steffanuto. Ele foi afastado e depois demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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    Diante da crescente pressão, Lupi deixou o governo em 2 de maio. O ministério da Previdência, porém, seguiu na alçada do PDT. O secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz, foi assumiu como ministro e está a cargo dos ressarcimentos prometidos por Lula aos aposentados.

    As investigações apontam que ao menos R$ 6,3 bilhões foram tirados de aposentadorias sem consentimento de aposentados e pensionistas. O principal operador do esquema, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, chamado de “Careca do INSS” visitou o gabinete do líder da bancada, o senador Weverton (MA), ao menos 3 vezes. As visitas foram colocadas sob sigilo pelo Senado Federal.

    Apesar da negativa da bancada do Senado, o PDT da Câmara vai participar da comissão, representada pelo líder Mario Heringer (MG), escalado como titular. Depois da saída de Lupi do governo, houve um racha entre as bancadas. O PDT da Câmara decidiu sair da base de Lula, enquanto os 3 senadores da legenda se mantiveram alinhados ao Palácio do Planalto.

    O líder do PDT no Senado, Weverton (foto em destaque), foi procurado pelo Metrópoles para comentar o caso, mas não respondeu. O espaço segue aberto.

    CPMI começa na próxima semana

    O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se comprometeu a instalar a comissão “impreterivelmente” até a próxima semana. O colegiado será comandado pelo senador e líder do PSD, Omar Aziz (AM). A CPMI contará com 16 membros de cada casa e terá até 180 dias de funcionamento.

    Caberá a Aziz designar o relator da comissão, que será um deputado. Porém, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não bateu o martelo sobre quem será responsável sobre o parecer final da CPMI. Como mostrado pelo colunista do Metrópoles, Igor Gadelha, o favorito do deputado paraibano é Cezinha de Madureira (PSD-SP).

    A comissão tem potencial de apresentar um novo flanco de desgaste na popularidade do goevrno Lula. A CPMI foi articulada por integrantes da oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Diante da pressão, governistas passaram a ver a CPMI como inevitável e decidiram aderir à instalação, oficializada em 17 de junho durante a sessão conjunta do Congresso Nacional.