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    Pimenta nega acordo na CPMI para evitar convocação de irmão de Lula

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    O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) negou na manhã desta quarta-feira (27/8) que a base do governo tenha feito um acordo com a oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para barrar a convocação do sindicalista Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT).

    Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades citadas nas investigações sobre os descontos de aposentados e pensionistas. O acordo teria feito com que ele não fosse convocado em troca da CPMI estender a apuração e convocar pessoas do governo de Dilma Rousseff (PT).

    “Eu participei de todas as reuniões que aconteceram, representando a base do governo, e em nenhum momento esse tema foi tratado”, afirmou o deputado em entrevista ao Acorda Metrópoles.

    Pimenta foi escalado para coordenar a base governista na CPMI, que vai investigar os descontos indevidos de aposentados e pensionistas.

    Lula Frei Chico

    O colegiado deu início oficialmente aos trabalhos na terça-feira (26/8), quando os deputados e senadores se reuniram para aprovar o plano de trabalho da comissão e também alguns requerimentos de convocações.

    Na semana passada, o governo teve um revés na Comissão depois de uma articulação da oposição para eleger um presidente diferente do esperado pelo governo. O resultado foi a escolha do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para presidir o colegiado e do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. O governo defendia outros nomes.

    A reviravolta acendeu um alerta na base do governo, que passou a temer um direcionamento dos trabalhos com o objetivo de desgastar o governo com a convocação de Frei Chico.

    “Eu fico até surpreso quando eu vejo algumas narrativas que se tornam públicas. Em nenhum momento teve qualquer negociação envolvendo o nome de ‘A’ ou de ‘B’. O que eu falei aqui foi o que aconteceu. O que nós aprovamos foi uma metodologia, uma racionalidade”, disse Pimenta.

    Segundo Pimenta, a “racionalidade” que deve guiar os trabalhos da CPMI é ouvir, em primeiro lugar, os ex-ministro da Previdência do período investigado, os presidentes do instituto, assim como diretores de benefício do INSS.