Uma condição grave, silenciosa e potencialmente fatal. As doenças renais crônicas (DRC) acometem um a cada 10 brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia – e a maioria nem sabe.
Com evolução assintomática na maioria dos casos, as DRCs englobam um conjunto de alterações fisiológicas que afetam tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e fatores de risco. Em determinados casos, os pacientes necessitam de Terapia Renal Substitutiva, uma modalidade de substituição da função renal por meio de procedimentos como hemodiálise e diálise peritoneal. O transplante renal é uma alternativa considerada em caso de insuficiência renal crônica em estágio avançado.
No Maranhão, os pacientes que realizam Terapia Renal Substitutiva precisavam viajar até três vezes por semana ou mudar de cidade para ter acesso ao serviço de diálise pelo SUS. Mas essa realidade está sendo superada. A regionalização da Rede de Hemodiálise do Estado, anunciada pelo governador Carlos Brandão e pelo secretário de estado da Saúde, Tiago Fernandes, tem como objetivo ampliar e descentralizar a assistência aos pacientes, alcançando 17 das 19 regiões de saúde no Maranhão. Com investimento de R$ 16 milhões mensais, fora os custos de infraestrutura, essa é a maior ampliação da oferta do serviço já realizada no estado.
Em julho, foi inaugurado mais um Centro de Hemodiálise no Estado, desta vez no município de Santa Inês, ampliando a oferta de serviços e atendimentos a pacientes renais. O espaço conta com 25 máquinas de hemodiálise e duas de reserva, com capacidade mensal para 1.950 sessões, assegurando assistência mensal a 150 pacientes, em três turnos de atendimento.
“Quando assumimos o governo, tínhamos 250 máquinas de hemodiálise, mas até o mês de setembro, no máximo outubro, chegaremos a mais de 500, porque a gente entende a importância desse equipamento e que ele precisa ficar perto dos pacientes”, declarou o governador Carlos Brandão na cerimônia de entrega de equipamentos para o Centro de Hemodiálise de Santa Inês.
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Atualmente, 2.341 pessoas realizam Terapia Renal Substitutiva no Maranhão. Com a expansão, serão ofertadas 3.599 novas vagas em todo o estado.
Até agora, 12 novos serviços de hemodiálise já foram implantados pelo governo estadual. Em Presidente Dutra, São Luís, Chapadinha e Pinheiro, os serviços foram ampliados. Novos Centros de Hemodiálise já foram implantados em Barreirinhas, Grajaú e Santa Inês
Programa de Aceleração de Transplantes
O Maranhão vive um novo capítulo na história da saúde pública. Em paralelo à expansão da rede de hemodiálise, o Governo do Estado vem implementando um ousado Plano de Aceleração de Transplantes, por meio da Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde.
A meta é zerar a fila de transplantes até o final de 2026.
A realização de transplantes pela rede estadual teve início em abril de 2025. Os procedimentos estão sendo realizados no Hospital Carlos Macieira (HC), referência para casos de alta complexidade. O hospital foi credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes em dezembro de 2024. Com equipes médicas treinadas e capacitadas, UTI especializada em transplantes e capacidade logística para múltiplos procedimentos, o HCM já realizou sete procedimentos de transplante desde abril, sendo três de fígado e quatro de rim. No dia 25 de julho, quatro transplantes foram realizados em menos de 24h.
Com campanhas de conscientização e a ampliação do número de Comissões Intra-Hospitalares de Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs), o Maranhão chegou ao 10º lugar no ranking nacional de transplantes, empatado com RB, BA e PB – antes, o estado ocupava o último lugar. Com tais avanços, o que era extraordinário passa a ser rotina.