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    Quadrilha de funcionários da Caixa aplicava fraudes há mais de 20 anos

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    A Polícia Federal (PF) revelou que a quadrilha de funcionários da Caixa Econômica Federal, alvo de operação nesta quinta-feira (21/8), aplicou fraudes de alta complexidade contra o sistema financeiro nacional e programas sociais por cerca de 20 anos.

    Segundo o delegado Wanderson Pinheiro da Silva, chefe da Delegacia de Polícia Federal em Niterói (RJ), a organização criminosa operou por duas décadas com base no mesmo modus operandi.

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    Entenda:

    • Os criminosos abriam novas empresas ou obtiam empresas inativas.
    • Cooptavam indivíduos de baixa renda para serem sócios das empresas de fachada.
    • Um integrante da quadrilha cedia um imóvel de seu real empreendimento para se passar como local das empresas de fachada.
    • Abriam contas em bancos e faziam transferências simuladas entre as empresas sob direção da quadrilha para dar aparência de legalidade.
    • Tomavam empréstimos e financiamento de linhas específicas de crédito.
    • Mantinham os pagamentos em dia por um período e depois o grupo “estourava” a empresa e auferia lucros milionários.

    O delegado informou que a PF dará continuidade às investigações até que todos os envolvidos estejam presos.

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    Divulgação/PF2 de 2

    Polícia Federal

    A operação

    A 2ª Fase da Operação Oasis 14 foi deflagrada nesta quinta-feira (21/8).

    Cerca de 140 policiais federais saíram às ruas para cumprir 26 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão em oito cidades do Rio de Janeiro e na capital paulista.

    As investigações começaram em maio de 2024 e revelaram um esquema de alta complexidade, responsável por prejuízo estimado em mais de R$ 110 milhões ao sistema financeiro.

    O grupo criminoso utilizava mais de 330 empresas de fachada, além de recorrer a “laranjas” de baixa renda e até a sócios fantasmas. A fraude contava com o envolvimento direto de seis funcionários da Caixa Econômica Federal e quatro de bancos privados, que facilitavam a abertura de contas e a concessão de empréstimos fraudulentos.

    Os investigados deverão responder por uma série de crimes graves, que vão desde organização criminosa e estelionato qualificado até crimes contra o sistema financeiro nacional. Também foram apontadas práticas de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro, em um esquema que, segundo a Polícia Federal, movimentou valores milionários de forma ilícita.

    À coluna, a Caixa declarou que, quando identificados indícios de ilícitos, atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que combatem tais ocorrências.

    “O banco aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso aos seus aplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas, e monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos.”