MAIS

    Quem são os empresários e servidores alvo da PF por fraude milionária

    Por

    A operação deflagrada pela Polícia Federal, em Cruzeiro (SP), nesta quinta-feira (21/8) apura fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e contratos milionários com empresas de fachada. A ação atingiu nomes de peso do cenário político e empresarial da cidade.

    A investigação descreve uma rede sustentada por laços familiares e relações de poder, que teria garantido o êxito das irregularidades.

    Raio-x dos investigados
    Breno Junqueira Santiago: empresário, apontado pela PF como sócio oculto da Nine Digital Bank, empresa central no esquema. Atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cruzeiro, tem escritório no mesmo endereço da Nine. É casado com Larissa Guerra, diretora jurídica do SAAE, que assinou contratos milionários com a empresa.

    Sérgio Ventureli da Silva Júnior: sócio formal da Nine Digital Bank e proprietário da Imobiliária Venturelli, que abriga, segundo a PF, outra empresa de fachada, a Santureli, também ligada ao grupo.

    Paulo Cézar Felix Júnior: secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, responsável por homologar contratos milionários e obras suspeitas, como a chamada “rampa fantasma”, que nunca saiu do papel.

    Larissa Guerra Florentino Junqueira Santiago: diretora Jurídica do SAAE, casada com Breno Santiago. Segundo a PF, ocupava um crucial na autarquia, de onde teriam partido contratos milionários para a Nine Digital.

    Diógenes Gori Santiago: diretor Jurídico da Prefeitura de Cruzeiro e primo de Breno Santiago. Para a PF, a relação de parentesco reforça o “entrelaçamento familiar na cadeia de comando do poder público local”.

    Jorge Fonseca: chefe de gabinete do vice-prefeito e fiscal de contratos. De acordo com a investigação, foi o responsável por atestar a execução de obras inexistentes, incluindo a rampa de acesso para ambulâncias.

    Rede de interesses cruzados
    Segundo o delegado Leonardo Américo Angelo Santos, a operação revela um “claro conflito de interesses”. “O parentesco entre os investigados e suas posições estratégicas no poder público não parece ser coincidência. O que se observa é a utilização de laços familiares e profissionais para facilitar a obtenção de vantagens ilícitas.”

    A PF sustenta que os investigados criaram uma rede de proteção em torno da Nine Digital, garantindo contratos repetidos com a Prefeitura e o SAAE, mesmo diante de indícios de superfaturamento e serviços não executados.