MAIS

    Ucrânia exclui 1 mil soldados de troca de prisioneiros com a Rússia

    Por

    O governo da Ucrânia retirou, sem apresentar justificativas públicas, os nomes de 1 mil soldados ucranianos da lista de prisioneiros que seriam trocados com a Rússia. A informação foi divulgada pela emissora estatal russa nesta quarta-feira (6/8). Em meio a impasses, a troca de prisioneiros foi uma das únicas pautas com acordo mútuo nas negociações.

    A lista, acessível online, revela nomes completos, idades e unidades militares dos soldados excluídos da negociação. A publicação também traz depoimentos de combatentes ucranianos capturados, alguns dos quais disseram ter perdido a esperança de serem reintegrados ao país de origem.

    Tal exclusão ocorre após a terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, realizada em 23 de julho, em Istambul, na Turquia. Na ocasião, os países chegaram a um consenso para a troca de pelo menos 1,2 mil prisioneiros de guerra, incluindo soldados feridos e corpos de militares mortos em combate.

    Moscou e Kiev chegaram a anunciar a liberação imediata de 500 prisioneiros, 250 de cada lado. O chefe da delegação russa nas negociações, Vladimir Medinsky, confirmou a decisão de Kiev de recusar o retorno de 1 mil militares.

    Na última rodada de negociações entre as delegações russas e ucranianas, a Rússia propôs a criação de três grupos de trabalho para conduzir as negociações de paz de forma online, sugestão que, segundo o Kremlin, foi considerada pela delegação ucraniana.

    6 imagensPresidente da Ucrânia Volodymyr ZelenskyPresidente da Ucrânia Volodymyr ZelenskyRússia se diz pronta para negociar paz na Ucrânia, mas impõe condiçõesApesar de estar na mira do Tribunal de Haia, Putin viajou para a Mongólia. O país, por reconhecer as decisões da Corte, deveria cumprir o mandado de prisão contra o presidente da Rússia.Kremlin diz que Putin está 'pronto' para negociar com ZelenskyFechar modal.1 de 6

    Volodymyr Zelensky é presidente da Ucrânia

    2 de 6

    Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky

    Reprodução3 de 6

    Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky

    Viktor Kovalchuk/Global Images Ukraine via Getty Images4 de 6

    Rússia se diz pronta para negociar paz na Ucrânia, mas impõe condições

    Contributor/Getty Images5 de 6

    Apesar de estar na mira do Tribunal de Haia, Putin viajou para a Mongólia. O país, por reconhecer as decisões da Corte, deveria cumprir o mandado de prisão contra o presidente da Rússia.

    Contributor/Getty Images6 de 6

    Kremlin diz que Putin está ‘pronto’ para negociar com Zelensky

    Contributor/Getty Images

    Cessar-fogo segue distante

    Apesar disso, as posições dos dois países ainda são descritas como “distantes”, segundo Medinsky.

    Durante a mesma rodada, os russos reiteraram suas condições para um cessar-fogo, que incluem o reconhecimento dos territórios ocupados, o veto à entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o enfraquecimento da capacidade militar ucraniana — exigências classificadas como inaceitáveis pelo governo de Volodymyr Zelensky.

    As negociações de paz, mediadas pela Turquia, continuam em andamento, mas ainda sem avanços concretos.

    Leia também

    Mesmo diante desses pequenos avanços, o Kremlin reforçou que qualquer reunião de alto nível dependerá de avanços reais nas negociações. 

    A proposta da Ucrânia de antecipar um encontro entre os presidentes foi criticada por Peskov, que afirmou que Kiev estaria “colocando a carroça na frente dos bois”.

    “Todo o escopo do trabalho precisa ser concluído primeiro, e só então os líderes terão a oportunidade de formalizar os resultados alcançados”, disse.