MAIS

    “Anistia é guerra desnecessária”, diz Rui Falcão

    Por

    Em participação ao programa, o deputado Rui Falcão (PT) expressou críticas contundentes à chamada “PEC da Blindagem” e à maioria conservadora na Câmara dos Deputados. O parlamentar, que se opôs veementemente à proposta, abordou a questão dos privilégios e as manobras regimentais que, segundo ele, prejudicam a democracia.

    Por que a maioria da Câmara quer mais proteção?

    Rui Falcão: É uma maioria conservadora que vota sempre contra a maioria da população, que vem tentando aprovar impeachment, anistia para bandidos, assassinos, tentativas de assassinos. Gente que deveria ter sido presa antes se a gente tivesse detido o Bolsonaro a tempo, inclusive quando ele saudou de forma abjeta o seu torturador favorito, sanguinário, Carlos Alberto Ustra.

    Não vai cair essa história de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria?

    Rui Falcão: O Hugo Motta [presidente da Câmara] vai ter que se pronunciar sobre isso porque há dois pedidos de comissão de ética que não são pautados e agora essa manobra triste de conferir a ele a liderança da minoria. A minoria não se preocupa com quem ela está oferecendo a liderança, né? Na verdade, minoria que vez ou outra é maioria, né? Mas seria aí o PL, o PP, que dão uma liderança da minoria para alguém que está no exterior tramando contra o Brasil, tramando contra a nossa economia, fazendo um papel de quinta coluna, portanto, contra a pátria e vai virar líder para não ter suas faltas registradas. É um escândalo.

    Esses 12 votos do PT favorável à PEC da blindagem vai resultar nesse pacto que vai derrubar a urgência da anistia ou a urgência da anistia tá pendendo mais para ser aprovada?

    ​Rui Falcão: Eu não faria acordo em torno disso pelo seguinte: todo mundo chama isso aí de armadilha, de arapuca, para nos botar na lama, né? Que é o seguinte: o Supremo já, por todos os seus ministros, disse que essa PEC [da Anistia] é totalmente inconstitucional. Aprovando a urgência, supondo, tem que votar o mérito. Votando o mérito, supondo que aprove, o Senado já disse que não vota isso aí, nem o presidente da CCJ nem o presidente do Senado.

    Você tá seguro de que o Supremo, se essa anistia passar por tudo, derruba?

    ​Rui Falcão: Acho que eles não vão dizer: “Esqueçam tudo que eu falei, esqueçam tudo que eu que eu escrevi”. O ministro Gilmar Mendes foi taxativo, e simbolicamente inclusive no caso das condenações, tanto ele quanto o ministro Barroso foram até a votação da turma. Acho muito difícil que eles queiram manchar sua história voltando atrás nessa questão, mesmo sob a ameaça da lei Magnitski, que é o que invoca a direita.

    Confira na íntegra: