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    Boulos chama Tarcísio de “golpista” e diz que anistia não passa no Senado

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    O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) rechaçou neste domingo (7/9) a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar um projeto de anistia que beneficie os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

    Segundo o parlamentar, que participa da manifestação organizada por grupos de esquerda e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Praça da República, centro de São Paulo, a costura feita nesta semana pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em prol da anistia, não será bem-sucedida.

    “Não tem [voto], é bravata. Eles [bolsonaristas] podem até, supondo que todos os deputados do PP e do União Brasil votem por isso [anistia], construir uma maioria na Câmara. Mas não passa no Senado”, afirmou Boulos ao chegar ao ato da esquerda na capital paulista.

    O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já se manifestou publicamente contra uma anistia “ampla” pelo 8 de janeiro. Ele vem negociando uma versão alternativa ao projeto dos bolsonaristas, que prevê a eventual redução das penas a uma parte dos condenados, mas sem beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    “E não tem clima na sociedade. Sabe o que o povo quer que a Câmara vote? A isenção do Imposto de Renda para 90% da população, a taxação dos super-ricos, o fim da escala 6 x 1… Anistia é pauta de golpista incompetente. Essa turma não teve competência nem para dar golpe de Estado”, prosseguiu o deputado do PSol.

    Segundo Boulos, a investida de Tarcísio junto a parlamentares, em Brasília, ao longo da semana, em defesa da anistia pelo 8 de janeiro, mostra que o governador paulista não é um “moderado” e está diretamente ligado aos interesses de Bolsonaro.

    “O Tarcísio cumprindo esse papel lamentável de ir lá para Brasília para puxar saco do Jair Bolsonaro e tentar ser o candidato dele à Presidência. Ele acha que ninguém está vendo isso? O Brasil todo está vendo”, disse Boulos.

    “Se ele [Tarcísio] for mesmo candidato à Presidência, acha que vai posar de moderado e vai dar certo? O Brasil está vendo o trabalho sujo, vergonhoso, vexatório e golpista que o Tarcísio de Freitas está cumprindo”, criticou.

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    Ataque dos EUA ao Brasil

    Em entrevista coletiva, Guilherme Boulos criticou ainda os esforços liderados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, para que o governo do presidente norte-americano Donald Trump intensifique as sanções contra o Brasil.

    Trump taxou grande parte dos produtos exportados pelo Brasil aos EUA em 50% e justificou a medida por questões políticas. De acordo com a Casa Branca, Bolsonaro estaria sendo vítima de uma “perseguição” da Justiça brasileira.

    “Nos últimos anos, o 7 de setembro foi apropriado por canalhas que usaram os símbolos nacionais para esconder a subserviência aos EUA e o quanto são traidores da pátria. Neste ano, a máscara caiu”, disse Boulos.

    Segundo o deputado, “o Brasil está sofrendo o maior ataque da maior potência do mundo, do Donald Trump, e eles [bolsonaristas] ficaram do lado de lá”. “Ficou claro quem defende de verdade o Brasil e quem faz politicagem com a bandeira do Brasil”, afirmou.

    “Hoje, quem defende o Brasil é quem está ao lado do nosso povo e contra as agressões dos EUA, e não quem está lambendo bota do Trump”, completou o deputado do PSol.

    Sem mencionar o nome de Eduardo Bolsonaro, Boulos afirmou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro “vão lá [para os EUA] para conspirar e propor sanções contra o nosso país”.

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    Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho

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    Ivan Valente(PSOL)

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    Julgamento de Bolsonaro no STF

    Jair Bolsonaro é um dos oito réus que estão sendo julgados desde a semana passada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, em 2022, além de ataques às instituições e ao Estado Democrático de Direito.

    Quatro sessões do julgamento estão previstas para esta semana, entre terça-feira (9/7) e sexta-feira (12/9), quando a análise do caso no colegiado deve ser concluída.

    “A expectativa é a de que o Bolsonaro seja condenado, preso e que a gente faça festa na rua e churrasco na sexta-feira”, ironizou Boulos.