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    Ex-deputado TH Joias é alvo de megaoperação por venda de primatas

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    O ex-deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, preso há duas semanas por ligação com o tráfico de drogas, agora aparece em outro front criminoso: o de negociações envolvendo primatas silvestres. Endereços ligados ao parlamentar na Zona Oeste do Rio foram alvos da Operação São Francisco, deflagrada nesta terça-feira (16/9) pela Polícia Civil.

    A ação foi classificada pela corporação como a maior operação da história do Brasil no combate ao tráfico de animais silvestres, armas e munições. Mais de mil policiais civis saíram às ruas para cumprir 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão em diferentes regiões do Rio, além de São Paulo e Minas Gerais.

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    De acordo com as investigações, o esquema criminoso era dividido em núcleos especializados. Um deles focava na caça e dopagem de primatas, retirados de áreas de preservação como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto. Após capturados, os animais eram transportados de forma cruel por atravessadores até os centros urbanos, onde eram vendidos ilegalmente.

    A rede também contava com falsificadores de anilhas, selos públicos, chips e documentos, usados para dar aparência legal aos animais comercializados, além de um núcleo voltado para o fornecimento de armas e munições, com conexões diretas a facções criminosas.

    Fontes da investigação confirmaram que TH Joias aparece em apurações relacionadas à negociação de macacos traficados, um dos mercados mais lucrativos da organização. Ele já estava preso por suspeita de vínculos com o tráfico de drogas e agora pode responder também por participação no comércio ilegal de animais silvestres.

    Estrutura criminosa de décadas

    O inquérito aponta que a organização atuava há décadas explorando a fauna brasileira. Ao todo, 145 pessoas foram identificadas como integrantes, com papéis que iam de caçadores a operadores logísticos e financeiros. Os animais apreendidos nesta terça foram levados para a base montada na Cidade da Polícia, onde recebem atendimento veterinário e avaliação de peritos, antes de seguir para centros de triagem.

    Segundo a Polícia Civil, os criminosos mantinham relações estreitas com facções do tráfico de drogas, garantindo a venda de animais em feiras clandestinas dentro de territórios dominados pelo crime organizado.