O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse, nesta quinta-feira (11/9), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não está mais no pleno uso de suas faculdades mentais. A afirmação foi realizada após o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ser condenado pela Primeira Turma da Corte Suprema a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
“Alexandre de Moraes, no meu ponto de vista, não está mais nas suas faculdades mentais normais, [faz] uma perseguição completamente translocada, inconsequente, insana e sem fim”, disse o senador e filho mais velho de Bolsonaro.
Moraes é o relator da Ação Penal 2.668, que trata do núcleo crucial da trama golpista. Coube a ele fazer a análise da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e propor aos demais colegas o veredito a respeito do caso e as penas aplicadas.
A afirmação de Flávio foi feita à imprensa na porta da residência do ex-presidente, em Brasília, onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar determinada por Moraes. A medida foi imposta após o ex-chefe da nação desrespeitar medidas cautelares colocadas pelo próprio ministro do STF.
Na série de afirmações realizadas por Flávio em defesa do pai, ele ainda adiantou os rumos dos esforços políticos que ele vai tomar após a condenação. O senador disse que agora mira a aprovação de um projeto de concessão de anistia.
“Nós vamos agora, com todas as forças, unir sim o Parlamento, que é que é quem tem a competência para promover a pacificação desse país e fazer a anistia ampla, geral e restrita para todos, incluindo o Bolsonaro: anistia criminal, administrativa, eleitoral, toda ampla, geral e restrita. Porque o mínimo que nós exigimos é que Alexandre de Moraes dê de volta tudo aquilo que ele tomou de Bolsonaro, da direita”, afirmou Flávio Bolsonaro.
Condenações
A condenação de Bolsonaro foi feita pela Primeira Turma do STF após o coletigado formar maioria nesta quinta para condenar, por quatro votos a um, Bolsonaro pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. A pena aplicada a Bolsonaro pela trama golpista é de 27 anos e 3 meses de prisão.
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A condenação da Primeira Turma do STF também foi imposta, pelo menos em parte dos crimes, aos outros sete réus na Ação Penal 2.668. São eles: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, general e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil.