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    “Girafa” e “luva”: entenda as metáforas usadas por Fux no julgamento

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    O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou metáforas inusitadas — como a “girafa” e a “luva” — ao votar, nessa quarta-feira (10/9), pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados no julgamento da trama golpista.

    Enquanto reconstituía a sequência de fatos até 8 de janeiro de 2023, Fux usou a metáfora da “girafa”, do escritor Elio Gaspari, para dizer que há uma longa distância entre o plano traçado no período eleitoral e os atos.

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    “Colocando-se a trama golpista de 2022 no mesmo processo de 8 de janeiro de 2023, esticaram-se as pernas e o pescoço do bicho, encolhendo-lhe a cabeça. Ficou bonito, até elegante, mas é uma girafa, no escrito denominado Uma girafa no Supremo”, declarou o ministro.

    Em outro momento, parafraseou o jurista Evaristo de Moraes ao defender que um crime só existe quando os fatos se encaixam na lei, “tal qual uma luva na mão”. A imagem, segundo ele, também serviria para separar os episódios de 8 de janeiro dos demais crimes narrados pela acusação.

    “Para serem crimes, fatos devem se encaixar na letra da lei tal qual uma luva na mão”, disse Fux enquanto lia o seu voto.

    O voto de Fux repercutiu no mundo político, dividindo opiniões. Foi celebrado por aliados de Bolsonaro e criticado por parlamentares de esquerda.

    Após mais de 12 horas de sessão, o ministro votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro de todos os crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República por uma suposta trama golpista para impedir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir o poder. Ele manteve a mesma postura com outros cinco réus.