O governo ucraniano criticou os países do Sul Global, nessa terça-feira (9/9), por conta do que classificou como “inércia” diante dos recentes ataques da Rússia. Fazem parte desse grupo países em desenvolvimento, como o Brasil. A manifestação consta em comunicado enviado à imprensa pela embaixada da Ucrânia, em Brasília.
A nota foi publicada após um ataque aéreo da Rússia na região de Donetsk, que matou 24 civis. Segundo a embaixada, todas as vítimas seriam pessoas idosas.
“O mais alarmante é a insuficiente reação da comunidade internacional, em especial de alguns países que recorrem ao construto ideológico do chamado ‘Sul Global’. Essa inércia é interpretada pelo foragido da justiça internacional, Vladimir Putin — alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional — como uma permissão para prolongar a guerra”, disse o comunicado.
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Segundo o governo ucraniano, a Rússia prega falsas narrativas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, justificando a guerra com uma suposta “preocupação com segurança”. Para a Ucrânia, contudo, o objetivo do país liderado por Vladimir Putin é “minar a resiliência da sociedade” do país, através de “terrorismo direcionado contra civis”.
Desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil tem sido criticado por posicionamentos sobre o conflito no Leste Europeu. Diversas declarações do presidente brasileiro já foram classificadas pelo governo da Ucrânia como “pró-Putin”.
Após as rusgas entre os dois países, que incluíram tentativas de telefonemas de Lula sendo recusadas, o governo de Volodymyr Zelensky decidiu deixar o Brasil sem embaixador, após o diplomata que ocupava o cargo, Andrii Melnyk, deixar o posto em Brasília para assumir um cargo na Organização das Nações Unidas (ONU).
No mundo diplomático, manter uma embaixada sem um embaixador é visto como um sinal de descontentamento de um país em relação à nação que recebe a missão diplomática.