A Polícia Civil desmantelou uma quadrilha com núcleo em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que desviou R$ 5,4 milhões de contas bancárias em nove estados do país. A operação, iniciada a partir de uma investigação no Paraná, ocorreu simultaneamente no território paulista e no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Pará, Tocantins e Maranhão.
De acordo com o delegado Reinaldo Zequinão, da Polícia Civil do Paraná, 500 agentes cumpriram, nesta quarta-feira (3/9), 271 mandados – sendo 138 de busca e apreensão, 76 de bloqueios de contas e 57 de prisão, nos nove estados onde ocorrem a operação. Vídeos mostram parte das ações dos policiais.
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Esquema desviou R$ 5,4 milhões de contas bancárias
Zequinão explicou que os bandidos clonavam os números telefônicos das vítimas e acessavam contas bancárias – o que foi feito, inclusive, contra dois postos de gasolina. Em seguida, subtraíam valores dessas contas, somando R$ 5,4 milhões pelo Brasil.
Para lavar o dinheiro desviado, a quadrilha utilizava uma técnica conhecida como “smurfing”, em que o montante subtraído era distribuído em quantias menores para um número maior de contas, pulverizando o dinheiro. “Isso tudo para dificultar o bloqueio e rastreio desses valores”, disse o delegado.
Segundo a Polícia Civil, as instituições financeiras afetadas arcaram com o prejuízo causado pela ação direta de pelo menos 76 pessoas.
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500 agentes cumpriram 271 mandados e 9 estados brasileiros
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Polícia cumpriu mandados de busca e apreensão, bloqueio d contas bancárias e prisão
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Investigação começou no Paraná há 2 anos
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Núcleo financeiro do esquema funcionava em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo
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Polícia agora busca entender como o esquema era financiado
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Estrutura da quadrilha
- Conforme Zequinão, a investigação que resultou na operação deflagrada nesta quarta durou dois anos, e foi feita em parceria com o Ministério Público e o Judiciário.
- A apuração mostrou a estrutura engenhosa da quadrilha, que atuava em pelo menos nove estados brasileiros, o que o delegado aponta como uma característica atual do estelionato.
- “Os golpistas estão espalhados pelo Brasil e eles acessam vítimas em qualquer estado, justamente pela facilidade da informática, das redes sociais”, disse.
- Segundo o delegado, o núcleo financeiro da quadrilha funcionava em Ribeirão Preto, no interior paulista.
- A quadrilha contava ainda com gerentes regionais, que recrutavam indivíduos responsáveis por fornecer as contas bancárias.
- Um dos próximos passos da investigação é compreender como funcionava o financiamento do grupo criminoso.
- “A gente acredita que existe financiamento. Esses golpes hoje em dia também são financiados”, afirmou.
- Para a Polícia Civil, o material apreendido deve embasar novas etapas da investigação e ampliar a responsabilização dos envolvidos.