Entre terça (9/9) e quarta-feira (10/9) desta semana, a rede Império das Maquiagens, localizada no Distrito Federal (DF), e a distribuidora IDM foram alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Uma investigação, que durou cerca de cinco meses, revelou que os estabelecimentos estavam envolvidos na comercialização de produtos falsificados.
Além da rede e da distribuidora, uma fábrica de cosméticos com sede em Goiás (GO) também foi alvo da ofensiva.
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Batizada de “Trade Dress”, a ação policial visou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Ceilândia (DF) e Aparecida de Goiânia (GO).
Conforme apontaram as investigações, tanto a IDM quanto a Império das Maquiagens participavam da produção, distribuição e comercialização de produtos contrafeitos e imitados, que ostentavam indevidamente marcas registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Propaganda e preço baixo
Nas redes sociais, as lojas acumulam mais de 850 mil seguidores cada. Conhecido como “Victor da Império”, o proprietário dos estabelecimentos costuma postar vídeos mostrando os produtos e convidando os moradores do Distrito Federal a comprá-los.
Os preços dos produtos costumam ser menores que o estabelecido no mercado. Diante disso, não é incomum que grandes filas se formem na frente da loja em dias de promoções.
Há vídeos em que o homem exibe, inclusive, pessoas dormindo na calçada dos estabelecimentos para serem as primeiras a entrar no comércio após a abertura.
As lojas misturam a venda de maquiagem, com eletrônicos, perfumes, roupas íntimas e até alimentos.
Lucro milionário
A PCDF revelou que o grupo criminoso atuava de forma estruturada, movimentando valores que ultrapassam R$ 500 milhões e ostentando bens de luxo adquiridos com os lucros ilícitos.
Nas redes sociais, há vídeos em que o proprietário da loja e sua esposa, Lays Medeiros, dona de uma marca de maquiagem, chegam aos estabelecimentos em carros de luxo e são ovacionados pelos clientes que o esperam.
Em seus perfis pessoais, Victor é seguido por mais de 130 mil pessoas e a esposa acumula cerca de 400 mil seguidores. Eles postam viagens para o exterior e ostentam festas de casamento de alto padrão anualmente.
Durante a operação, foram apreendidos produtos de beleza, aparelhos eletrônicos e vestuário, com destaque para mais de 50 mil frascos de perfumes irregulares prontos para revenda.
Ao todo, 21 marcas registradas foram alvo da falsificação. As condutas investigadas configuram crimes de fraude no comércio, uso indevido de marca, concorrência desleal, crime contra as relações de consumo, crime contra a saúde pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação foi deflagrada por meio da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPim/Corf), com apoio da Vigilância Sanitária do DF e da Polícia Civil de Goiás.
De acordo com a Corf, a comercialização de produtos contrafeitos gera graves prejuízos à economia e riscos à saúde. Somente em 2024, o Brasil amargou perdas estimadas em R$ 468 bilhões com o mercado ilegal, sendo o setor de perfumes e cosméticos o 13º mais afetado.
A coluna procurou o proprietário dos estabelecimentos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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A PCDF revelou que o grupo criminoso atuava de forma estruturada, movimentando valores que ultrapassam R$ 500 milhões
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Foram apreendidos produtos de beleza, aparelhos eletrônicos e vestuário, com destaque para mais de 50 mil frascos de perfumes irregulares prontos para revenda
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A ação policial visou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Ceilândia (DF) e Aparecida de Goiânia (GO)
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As lojas misturam a venda de maquiagem, com eletrônicos, perfumes, roupas íntimas e até alimentos.
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Alerta
A polícia salienta que produtos falsificados, especialmente cosméticos, são fabricados sem controle de qualidade, sem testes dermatológicos e em condições precárias de higiene, muitas vezes com uso de ingredientes tóxicos.
O consumo desses itens pode causar erupções cutâneas, infecções oculares e até cicatrizes permanentes.
“Com a Operação Trade Dress, a PCDF reafirma seu compromisso no enfrentamento ao mercado ilegal, garantindo a proteção da saúde e da segurança da população, a defesa dos direitos do consumidor e a salvaguarda da propriedade intelectual, pilares essenciais para a justiça social, a livre concorrência e o desenvolvimento econômico.”