O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, questionou nessa segunda-feira (15/9) a recompensa de US$ 50 milhões anunciada pelos Estados Unidos por informações sobre seu paradeiro. Maduro ironizou a quantia e se comparou a personalidades como o fundador da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e os jogadores Darwin Núñez, do Uruguai, e Lionel Messi, da Argentina.
“Que eu valha mais que o [Osama] Bin Laden? Que eu valha mais que o Darwin Núñez, o grande jogador de futebol do Uruguai? Em qualquer momento colocam que eu valho mais que o [Lionel] Messi, e seria uma injustiça”, declarou.
No início de agosto, o governo dos Estados Unidos dobrou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, elevando o valor de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões.
Maduro qualificou a iniciativa como um “ataque imoral e extravagante” do governo de Donald Trump contra ele e contra a Venezuela. O presidente afirmou ainda que o objetivo real dos Estados Unidos seria promover uma mudança de regime para se apropriar dos recursos naturais do país, incluindo petróleo e ouro.
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Cerco dos EUA
A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, uma organização de tráfico de drogas cuja existência e funcionamento não têm consenso internacional. O governo venezuelano nega qualquer envolvimento.
Nos últimos dias, os Estados Unidos enviaram sete navios de guerra e um submarino nuclear ao sul do Caribe, além de caças F-35 a Porto Rico.
Washington também afirma ter atacado três barcos com supostos traficantes venezuelanos desde o início de setembro, alegando combate ao narcotráfico.
Maduro, por sua vez, pediu que milicianos se apresentem aos quartéis, reforçando sua posição de mobilização e resistência frente às pressões externas.
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Escala nas tensões
Na última quinta-feira (11/9), Maduro, pediu que cidadãos e militantes se preparem para uma eventual “luta armada em defesa da soberania e da paz”, enquanto anunciou a ativação de uma ampla mobilização de forças militares, policiais e civis em 284 pontos do país — denominadas pelo governo como “frentes de batalha”.
O pronunciamento ocorreu no encerramento do Congresso Plenário do PSUV, transmitido pela televisão estatal.
No discurso, Maduro disse que nunca imaginou ter que pronunciar um apelo à “luta armada”, mas justificou a mensagem como uma resposta às circunstâncias que, segundo ele, ameaçam a integridade do país.
Já no domingo (14/9), o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que não descarta a possibilidade de realizar ataques contra a Venezuela. Questionado por jornalistas, ele respondeu que espera “ver o que acontece”.